quinta-feira, setembro 01, 2005

E L U C I D A N D O

E L U C I D A N D O

CRISTO CHORA

‘A Vida Escreve‘, é o título de um livrinho de Amor e Luz, psicografado que foi por esses dois ilustres médiuns (Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira) desse País Irmão que é o Brasil, minha querida Pátria que o foi no Século XIX.

De entre seus 28 capítulos, nesta Quadra de Natal, se mo permitis, narrar-vos-ei, mais em jeito de comentário que citação, seu capítulo 27, com o título “ Visão de Eurípedes“.

Eurípedes Barsanulfo fora, nesse tempo, o apóstolo da mediunidade, vivendo em Sacramento, Estado de Minas Gerais, Brasil. Uma noite, conscientemente e sem poder alterar o rumo dos acontecimentos, viu-se desdobrado, isto é, fora de seu corpo carnal, sendo arrastado para cima num torvelinho de Amor, subindo... subindo sempre.

Desejou parar, voltar ao seu corpo carnal, mas, Braços intangíveis, como que lhe tutelavam a sublime excursão.

Respirava um outro ambiente. Se envergava forma leve, respirava num oceano de ar mais leve ainda. Viajou, viajou, como se fosse pássaro teleguiado, até que se viu parar em campina verdejante.

Reparava na formosa paisagem quando avistou, não muito longe, um Homem meditando envolto em doce Luz. Como se fosse magnetizado por tal desconhecido, dele se aproximou.

Porém, de repente, estacou! Algo no seu íntimo lhe dizia para que não avançasse mais, e, num deslumbramento de júbilo, reconheceu-se na presença do Cristo.

Baixou sua cabeça, esmagado pela Honra imprevista do sublime encontro, ficando em silêncio, sentindo-se como se fosse um intruso, incapaz de voltar ou seguir adiante.

Recordou nesses breves instantes todas as lições do Cristianismo, os Templos do Mundo, as homenagens prestadas ao Senhor na literatura e nas artes, a mensagem d’ Ele a ecoar entre os homens de boa-vontade no curso de vinte séculos e, ofuscado pela grandeza do momento, começou a chorar.

Grossas lágrimas lhe iam banhando o rosto até que, adquirindo coragem, ergueu os olhos humildes, vendo que Jesus chorava também.

Trespassado pelo sofrimento ao ver-Lhe o pranto, desejou fazer algo que confortasse o Sublime Amigo, mas estava como que chumbado ao solo estranho.

Recordou também, nesse breve momento, todos os tormentos do Cristo, a perpetuarem-se ainda nas criaturas humanas que se afirmam, hipocritamente, crentes, inda e sempre atirando-Lhe com suas incompreensões e sarcasmos.

Nesta linha de pensamento, não se conteve. Abriu sua boca e perguntou, com voz suplicante:
- “Senhor! Porque choras“?
Jesus... não respondeu.
Desejando certificar-se de que fora ouvido, reiterou:
- “Choras pelos descrentes do Mundo?”
Enlevado, o missionário de Sacramento notou que o Cristo lhe correspondia agora ao olhar. E, após um instante de atenção, respondeu-lhe em voz dulcíssima:

- “Não, meu filho, não sofro pelos descrentes aos quais devemos amor. Choro por todos os que conhecem o Evangelho, mas não o sabem praticar.“

Eurípedes, como se caísse em profunda sombra, ante a dor que a resposta lhe trouxera, desceu, desceu, acordando no seu corpo físico. Era madrugada! Levantou-se e iniciou sem descanso, desde aí, sua total doação à causa dos necessitados e doentes até à morte.

Caríssimos Irmãos:

Em face a este verídico sofrimento (Ele não deixou de nos AMAR), se o próprio Cristo nos inquirisse, hoje, sobre a forma como vivemos os Seus Divinos ensinamentos, bem como sobre a forma como cumprimos, hoje, o Seu Mandamento Novo, que respostas honestas Lhe daríamos?

Que cada um de nós se responsabilize por merecer o Amor Total que o Cristo de DEUS nos soube ofertar em Sua Paixão e Morte.


Que Ele, queridos Irmãos, não tenha vindo em vão para nenhum de nós!

No Amor Incondicional, sou o vosso Irmão espiritual,

Álvaro de Jesus

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