Foto: Médium Divaldo Pereira Franco
A caravana volumosa dos que retornam prossegue, ininterrupta, em marcha crescente.
Incontáveis passageiros volvem ao porto de origem, assinalados pelos descalabros em que tombaram.
Inúmeros anestesiados, quando na matéria, olvidaram-se dos compromissos que assumiram.
Diversos, utilizando-se do corpo, menosprezaram o património da vida.
Alguns, advertidos quanto aos deveres a cumprir, negaram, eximindo-se da responsabilidade.
Vários, convocados directamente ao programa dignificador, apresentaram-se rebeldes e queixosos.
Um número sem conta conheceu a informação da verdade, porém preferiu o prazer do engodo.
Somente poucos sentiram a imperiosa necessidade de servir e de amar.
Aclarados pelo bem, fizeram-se cooperadores da verdade.
Sensibilizados pelo amor, colocaram óleo na engrenagem do serviço, a fim de não se enferrujarem na inutilidade.
Compreendendo a transitoriedade do corpo, quais formigas previdentes, acumularam valores que transferiram para após a invernia da morte e despertam amparados pelos actos.
A caravana, porém, dos desajuizados e imprudentes, dos combalidos e enfermos, convida-nos à compaixão sem censura, à caridade sem admoestação, ao socorro sem imposição de natureza alguma.
Esgravatar-se uma ferida aberta em chaga viva, não constitui terapia de cura.
Colocar ácido num corte recém-aberto, jamais significa atendimento valioso.
Só o penso do amor como unguento de misericórdia, colocados no algodão da discrição que, atendendo uns e minorando aflições de outros, realizam o ministério do auxílio fraternal.
A vida, que se desdobra em múltiplas facetas na organização carnal ou fora dela, é um todo em harmonia com os códigos da Lei Divina.
Disputemos, na conjuntura em que nos encontramos, a honra do ideal de servir sem a preocupação exigente de penetrar nas causas do sofrimento, mas ungidos pelo zelo prudente de lhes modificar as estruturas aflitivas.
O Senhor, que nos conhece desde o princípio, ajuda-nos sempre, através das doações gratuitas do amor que se manifesta de mil modos, conduzindo-nos até Ele.
Façamos, então, a nossa parte conforme as possibilidades que desfrutemos junto aos irmãos desencarnados em agonia.
(De "Intercâmbio mediúnico", de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito João Cléofas)
quarta-feira, março 29, 2006
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