"Porquanto nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele." (I Timóteo, 6:7)
Na condição de Espírito, inspiramo-nos no Evangelho do Divino Mestre e nos Seus discípulos. Ao reencarnarmos, nada trazemos para o mundo físico de bens transitórios, e quando retornamos à pátria espiritual, através da desencarnação, somente nos acompanham os valores internos, o tesouro imperecível do coração.
Aos que estão a estagiar na carne, necessário se faz usar o ouro do mundo naquilo em que ele possa ser útil, para não alterar a consciência no que tange ao enervamento espiritual.
Os bens do mundo são lícitos, desde que o seu emprego seja nas directrizes que o discernimento determinar, pelas bênçãos da caridade.
O apego escraviza-nos, não só no que toca aos bens perecíveis, mas, também, no que se refere ao amor-próprio mesclado de egoísmo, que muitas vezes nos inspira para a posse de outras criaturas. A amizade não exige mas, se exigir, abre a mesma frequência para que o exigido passe a exigir.
Façamos o balanço dos nossos poderes internos, adquiridos nas lutas de cada dia, e procuremos Cristo, para que Ele nos possa ensinar a renunciar, quando esse gesto for útil a alguém ou à colectividade; o desapego sem utilidade é desperdício de virtude e desgaste dos sentimentos. O amor, nas linhas de Jesus, mostra-nos um dever mais apurado.
Usemos os bens materiais com justiça, em relação aos outros, para não enfraquecer a nossa tranquilidade interna. Paulo, na sua primeira carta a Timóteo, não se esquece de nos alertar a todos, lembrando-nos que ao nascermos não somos portadores de bens materiais, e quando voltamos ao mundo de onde viemos, nada levamos das coisas perecíveis.
Se a usura inverter as tuas ideias de amor para o egoísmo, de desprendimento para o apego, de humildade para o orgulho, para quem ficará teu dinheiro, se não deixaste circular o que poderia ter sido útil, quando amanhã o Senhor te chamar? E a consciência, ante o tribunal divino?
Toda a riqueza é de Deus, bem sabemos, mas na Terra está ela sob o comando do Cristo, para que com Ele, possas aprender a lição do bom uso.
Não há imposição para ninguém na nossa fala, porém, uma conversa livre, para que pensemos além dos assuntos comuns, que nos vêm à mente toda hora, e, neste assunto, devemos ouvir novamente Paulo:
“Porquanto nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele.”
(De "Páginas Esparsas 1", de João Nunes Maia, pelo Espírito Miramez)
domingo, março 19, 2006
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