"Olhai por vós mesmos..." – JOÃO. (II João, 1:8.)
Cada criatura retoma a Terra com a aflição que diz respeito às lides regeneradoras.
Aflição que nos expressa o passado renascente ou nos define o débito actuante na Contabilidade Divina.
Aqui, é a enfermidade, que o tempo trará inevitável, quando precisa, ao campo de nossos impulsos inferiores.
Ali, é a condição social, repleta de espinhos, em que se nos reajustarão as directrizes e os pensamentos.
Acolá, é o templo doméstico, transformado em cadinho de angustiosos padecimentos, caldeando-nos emoções e ideias, para que a simplicidade nos retome a existência.
Além, é a tarefa representativa em que o estandarte do bem comum exige de nós os mais largos testemunhos de compreensão e renúncia, reclamando-nos integral ajustamento à felicidade dos outros, antes de cogitar de nossa própria felicidade.
Em toda parte, encontra a criatura a aflição quando vista por ensinamento bendito, propondo-lhe as mais belas conquistas espirituais para a Esfera Superior.
Entretanto, se o caminho terreno é a nossa prova salvadora, somos em nós o grande problema da vida, uma vez que estamos sempre interessados na deserção do trabalho difícil que nos conferirá o tesouro da experiência.
Trânsfugas do dever, nas menores modalidades, estamos sempre à caça de consolação e reconforto, disputando escusas e moratórias, com o que apenas adiamos indefinidamente a execução dos serviços indispensáveis à restauração de nós mesmos.
Saibamos valorizar a nossa oportunidade de crescimento para o Mundo Maior, abraçando na aflição construtiva da jornada o medicamento capaz de operar em nós a própria cura ou o recurso susceptível de nos arrojar a mais altos níveis de evolução.
Não bastará sofrer.
É preciso aproveitar o concurso da dor, convertendo-a em roteiro de luz.
Colocados, desse modo, entre as provações que nos assinalam a senda de cada dia, usemos constantemente a chave do sacrifício próprio, em favor da paz e da alegria dos que nos cercam, porque somente diminuindo as provações alheias é que conseguiremos converter as nossas em talentos de amor para as Bem-aventuranças Imperecíveis.
In CEIFA DE LUZ (Francisco Cândido Xavier/Emmanuel)
quinta-feira, março 02, 2006
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