sábado, dezembro 31, 2005

INDIVIDUALISMO

Em contacto com os ideais da Nova Revelação, o homem, sentindo dilatar-se-Ihe naturalmente a visão, começa a perceber, com mais amplitude, os problemas que o cercam.

Aguça-se-lhe a sensibilidade, intensifica-se-lhe a capacidade de amar. Converte-se-lhe o coração em profundo estuário espiritual, em que todas as dores humanas encontram eco.

Por isso mesmo, acentuam-se-lhe os sofrimentos, dado que as suas aspirações não surpreendem qualquer sintonia nos planos inferiores em que ainda respira.

Desejaria o aprendiz acompanhar-se por todos aqueles que ama, na caminhada para a vida superior, entretanto, à medida que se adianta em conhecimentos e se subtiliza em sensações, reconhece quase sempre que os amados se fazem dele mais distantes.

Aqui, é a companheira que persevera em rumo diferente, além, é o coração paternal que, por afectividade mal dirigida, dificulta a ascensão para a luz... Ontem, era um filho a golpear-lhe as fibras mais íntimas; hoje, é um amigo que deserta...

Se o discípulo não se rende à perturbação e ao desânimo, gradativamente começa a compreender que está sozinho, em si mesmo, para aprender e ajudar, entendendo, outrossim, que na boa-vontade e no sacrifício adquire valores eternos para si próprio.

Quanto mais cede a favor de todos, mais é compensado pela Lei Divina que o enriquece de força e alegria no grande silêncio.

Na marcha diária, chega à conclusão de que o individualismo ajustado aos princípios inelutáveis do bem é a base do engrandecimento da colectividade.

Reconhece que o espírito foi criado para viver em comunhão com os semelhantes, que é a unidade de um todo em processo de aperfeiçoamento e que não pode fugir, sem dano, à cooperação, mas, à maneira da árvore no reino vegetal, precisa crescer e auxiliar com eficiência para garantir a estabilidade do campo e fazer-se respeitável.

Ninguém vive só, mas chega sempre um momento para a alma em que é imprescindível saber lutar em solidão para viver bem.

Para valorizar o celeiro e enriquecer a mesa, a semente descansa entre milhões de outras que com ela se identificam; todavia, quando chamada a produzir com a vida para o conforto geral, deve aprender a estar isolada no seio frio da terra, desenvencilhando-se dos envoltórios inferiores, como se estivesse reduzida a Iodo e morte, a fim de estender novos ramos e elevar-se para o Sol.

Sem o indivíduo forte e sábio, a multidão agitar-se-á sempre entre a ignorância e a miséria.

Esforço e melhoria da unidade, para o progresso e sublimação do todo, é uma lei.

A navegação a vapor, actualmente, é património geral, mas devemo-la ao trabalho de Fulton.

A imprensa de hoje é força direccional de primeira ordem, contudo, não podemos olvidar o devotamento de Gutenberg, que lhe amparou os passos iniciantes.

A luz eléctrica, nos dias que passam, é questão resolvida, no entanto, a Édison coube a honra de sofrer para que semelhante bênção desintegrasse as noites do mundo.

A locomotiva, agora, é máquina vulgar, mas no princípio dela temos a dedicação de Stephenson.

Na Terra, surgira Newton, invariável, à frente de todos os conhecimentos alusivos à gravitação universal e o nome de Marconi jamais será apagado na base das comunicações sem fio.

Cada flor irradia perfume característico.

Cada estrela possui brilho próprio.

Cada um de nós é portador de determinada missão.

A Ciência dos Espíritos – o Espiritismo –, ao confirmar o Evangelho, vem amparar os homens e a convidá-los para se aprimorarem e engrandecerem-se, consoante a sabedoria da Lei que determina:

- "A cada um, segundo as suas obras".

In: ROTEIRO (Francisco Cândido Xavier/Emmanuel)

2 comentários:

Dad disse...

Que o próximo ano traga mais esperança a este tão conturbado mundo e a cada um de nós também!

Um abraço e bom ano 2006!

A CAMINHO DA LUZ! disse...

Obrigado Dad...

Tudo na Luz para si e seus...

Um Beijo,

Guerreiro da Luz