quinta-feira, dezembro 15, 2005
O FENÓMENO ESPÍRITA
Em todas as civilizações, o culto dos desencarnados aparece como facho aceso de sublime esperança.
Rápido exame nos costumes e nas tradições de todos os remanescentes da vida primitiva, entre os selvagens da actualidade, dá-nos conhecimento de que as mais rudimentares organizações humanas guardam no intercâmbio com os "mortos" suas elementares noções de fé religiosa.
Aparições e vozes, fenómenos e revelações do mundo espiritual assinalam a marcha das tribos e das povoações do princípio.
No Egipto, os assuntos ligados à morte assumem especial importância para a civilização.
Anúbis, o deus dos sarcófagos, era o guardião das sombras e presidia à viagem das almas para o julgamento que Ihes competia no Além.
Na China multimilenária, os antepassados vivem nos alicerces da fé.
Em todas as circunstâncias da vida, os Espíritos dos avoengos são consultados pelos descendentes, recebendo orações e promessas, flores e sacrifícios.
Na Índia, encontram nos "rakchasas", Espíritos maléficos que residem nos sepulcros, os portadores invisíveis de moléstias e aflições.
Os gregos acreditavam-se cercados por entidades que nomeavam por "demónios" ou familiares intangíveis, que os inspiravam na execução de tarefas habituais.
Em Roma, os Espíritos amigos recebem o culto constante da intimidade doméstica, onde são interpretados como divindades menores.
Para a antiga comunidade latina, as almas bem-intencionadas, que haviam deixado, na Terra, os traços da sabedoria e da virtude eram os "deuses lares", com amplos recursos de auxiliar, enquanto que os fantasmas das criaturas perversas eram conhecidos habitualmente por "larvas", cuja aproximação causava dissabores e enfermidades.
Os feiticeiros das Tabas primitivas eram, nas civilizações recuadas, substituídos por magos, cujo poder imperava sobre a espada dos guerreiros e sobre a coroa dos príncipes.
E ainda, em todos os acontecimentos religiosos que precederam a vinda do Cristo, a manifestação dos desencarnados ou o fenómeno espírita comparece por vívido clarão da verdade, orientando os sucessos e guiando as supremas realizações do esforço colectivo.
Com a supervisão de Jesus, porém, a marcha da espiritualidade na Terra adquire novos característicos.
É Jesus o disciplinador dos sentimentos, o grande construtor da Humanidade legítima.
Por trezentos anos, os discípulos do Senhor sofrem, lutam, sonham e morrem para doar ao mundo a doutrina de Luz e Amor, com a plena vitória sobre a morte, mas a política do Império Romano reduz, por dezasseis séculos consecutivos, o movimento libertador.
Os séculos, contudo, na eternidade, são simples minutos e, a seguir às sombras da grande noite, o evangelismo puro surge, de novo.
Cristianismo – doutrina do Cristo...
Espiritismo – doutrina dos Espíritos...
Volta a influência do Mestre sobre a imensa colectividade humana, constituída por mentes de infinita gradação.
Homens por homens, inteligências por inteligências, incorreríamos talvez no perigo de comprometermos o progresso do mundo; isolados nos nossos pontos de vista e nas nossas concepções deficitárias, mas, regidos pela Infinita Sabedoria, rumaremos para a perfeição espiritual, a fim de que, um dia, despojados em definitivo das escamas educativas da carne, possamos compreender a excelsa palavra da celeste advertência:
– "Vós sois deuses"!
In Roteiro (Francisco Cândido Xavier/Emmanuel)
*******
Notas finais:
Hoje em dia, apesar de recebermos, como nunca, por infinita misericórdia divina, milhares de recados/aviso... continuamos, enquanto Espíritos Encarnados (em vida corpórea), apartados das questões da Fé, esquecendo-nos que, a contrário, nos cumpre seguir a sábia Doutrina dos Espíritos, eternos aliados que temos no Mundo Invisível, fundeada que está, como sempre esteve, na Doutrina do Cristo.
Como significativos exemplos do que observamos, vemos, em dois simples casos, que o Homem dá, como nunca deu, largas aos seus desejos ou apetites sexuais, legalizando juridicamente uniões, mesmo que se apresentem contra natura, e, defende, como nunca, leis contrárias à vida, comportando-se, assim, mil vezes pior que meros animais irracionais.
Mas, porque nunca estamos sozinhos, porque há sempre Alguém de Luz que connosco se encontra por manifesto Amor do Pai, tal Amigo/Irmão, qual Espírito consolador, vai-nos recordando e dizendo que estamos em mais um fim de Ciclo. Então, para não virmos a perder nossa actual Encarnação... nunca devemos esquecer o sério aviso do Cristo:
- "Orai e vigiai"!
Pois que é o recado/aviso veemente que nos é lançado, em todos os instantes de nossa caminhada...!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário