quinta-feira, novembro 03, 2005

"MEMÓRIAS DE UM SUICIDA" - 1

Relato sobre QUEM É O HOMEM, por Camilo Castelo Branco. Este relato encontra-se na Obra por si ditada: "Memórias de um Suicida", onde nos narra o que passou e onde, após seu suicídio. Foi dividido em três partes, para melhor leitura:

1 — É o homem, um composto de tríplice natureza: — Humana, astral e espiritual, isto é — maté­ria, fluído e essência.

Esse composto poderá também ser traduzido em expressão mais con­creta e popular, assimilável ao primeiro grau de observação: — corpo carnal, corpo fluídico ou perispírito, e alma ou Espírito, sendo que do último é que se irradiam Vida, Inteligên­cia, Sentimento, etc., etc. — centelha onde se verifica a essência divina e que no homem assinala a hereditariedade celeste!

Desses três corpos, o primeiro é temporário, obedecendo apenas à necessidade das circunstâncias inalie­náveis que contornam o seu possuidor, fadado à desorganização total por sua própria natu­reza putrescível, oriunda do limo primitivo: — é o de carne.

O segundo é imortal e tende a progredir, desenvolver-se, aperfeiçoar-se atra­vés dos trabalhos incessantes nas lutas dos mi­lénios: — é o fluídico; ao passo que o Espíri­to, eterno como a Origem da qual provém, luz imperecível que tende a rebrilhar sempre mais aformoseada até retratar em grau relativo o Fulgor Supremo que lhe forneceu a Vida, para glória do seu mesmo Criador — é a essência divina, imagem e semelhança — (que o será um dia) — do Todo-Poderoso Deus!

2 — Vivendo na Terra, esse ser inteligente, que deverá evolver pela Eternidade, denomina-se Homem! Sendo, portanto, o homem um Espí­rito encarcerado num corpo de carne ou encarnado.

3 — Um Espírito volta várias vezes a tomar novo corpo carnal sobre a Terra, nasce várias vezes a fim de tornar a conviver nas sociedades terrenas, como Homem, exactamente como ele é levado a trocar de roupa muitas vezes...

4 — O suicida é um Espírito criminoso, falido nos compromissos que tinha para com as Leis sábias, justas e imutáveis estabelecidas pelo Cria­dor, e que se vê obrigado a repetir a experiência na Terra, tomando corpo novo, uma vez que destruiu aquele que a Lei lhe confia­ra para instrumento de auxílio na conquista do próprio aperfeiçoamento — depósito sagra­do que ele antes deveria estimar e respeitar do que destruir, visto que lhe não assistiam direitos de faltar aos grandes compromissos da vida planetária, tomados antes do nascimento em presença da própria consciência e ante a Paternidade Divina, que lhe fornecera Vida e meios para tanto.

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