quarta-feira, dezembro 10, 2008

CONVITE À GRATIDÃO

CONVITE À GRATIDÃO

“Bendizei os que vos maldizem, orai pelos que vos insultam.” – (LUCAS: 6-28.)

Por temperamento te retrais em muitas circunstâncias, quando deverias e poderias exteriorizar os sentimentos que portas.

Supões que todos marcham guindados à alegria, tão jubilosos se manifestam, que evitas traduzir os tesouros da boa palavra e da gentileza que se vão enferrujando por desuso nos cofres do teu coração.

Recebes dádivas, fruis oportunidades, recolhes bênçãos, acumulas favores, arrolas benefícios e somente uma formal expressão já desgastada de reconhecimento te escapa dos lábios.

Justificas-te no pressuposto de que retribuíste com a necessária remuneração, nada mais podendo ou devendo fazer.

Não há, porém, moeda que recompense uma noite de assistência carinhosa à cabeceira do leito de um enfermo.

É sempre pálido o pagamento material, passado o sacrifício de quem se nos dedicou em forças e carinho.

Mas o gesto de ternura, a palavra cálida, a atenção gentil, o sorriso expressivo de afecto espontâneo são valores-gratidão que não nos cabe desconsiderar ou esquecer.

Em muitos profissionais deste ou daquele mister esfria-se a dedicação, substituída por uma cortesia estudada e sem vida, em consequência da ingratidão constante dos beneficiários das suas mãos e das suas atenções.

Acostumaram-se a ver no cliente de tal, apenas um outro a mais e se desvincularam afectivamente, por não receberem o calor humano do sentimento da gratidão.

Gratidão, como amor, é também dever que não apenas aquece quem recebe, como reconforta quem oferece.

A pétala de rosa ao espalhar perfume ignora a emoção e a alegria que propicia.

Doa a tua expressão de reconhecimento, aos que se tornaram frios e o teu amor aquecê-los-á.

Batendo-se-lhes às portas da afectividade, por gratidão, elas se abrirão para que a paz que ofereças reine em redor deles e de ti mesmo, porquanto a regra excelsa é bendizer até aqueles que nos maldizem, orando por quantos nos insultam.

(De “Convites da Vida”, de Divaldo P. Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)

Sem comentários: