- "Não me conformo!" — Explodem, revoltados, aqueles que da vida somente esperam vantagens e recompensas, quando surpreendidos por acontecimentos que lhes parecem desastrosos e trágicos.
- "Deus é injusto!" – Proferem, estentóricos, os que se supõem credores apenas de receber dádivas, embora desassisados, da vida somente retiram lucros e comodidades.
- "Não mereço isto!" – Bradam, desatinados, quantos são colhidos pelo que denominam infortúnios e desgraças, que os desarvoram.
- "Não creio em mais nada!" – Estridulam as pessoas tomadas por insucessos desta ou daquela natureza, que afinal, se fossem examinadas com seriedade e reflexão, constituiriam ocasião iluminativa, roteiro de felicidade.
O Homem teima em permanecer anestesiado pela ilusão, sem dar conta, conscientemente, da fragilidade da organização carnal de que se encontra temporariamente revestido.
Cada um, por isso mesmo, a si concede privilégios e faculta méritos que não possui. Se examinassem melhor a vida, verificariam que as ocorrências do trivial, que atingem os outros, a eles também alcançarão, procurando preparar-se para enfrentar com dignidade quaisquer injunções ou dissabores, que são igualmente transitórios.
- "Prefiro não saber". — Informam as pessoas passadistas, quando convidadas ao exame da vida menos densa.
- "Não consigo acreditar". — Escusam-se as criaturas invitadas ao esclarecimento imortalista, como se estivessem indenes ao fenómeno da cessação da vida biológica.
- "Irei aproveitar o meu tempo, gozando". — Justificam-se os imediatistas ante qualquer referência à meditação, à caridade, ao sacrifício...
É natural que, visitados por acontecimentos não habituais no canhenho das suas conveniências, derrapem no inconformismo, no desespero, na alucinação...
A acção inexorável do tempo, entretanto, aguarda todos e modela-os, submetendo-os. Mesmo quando se pretende fugir da situação a que se vai arrojado, cai-se na realidade da vida, que predomina em toda a parte.
Recebe o insucesso como fenómeno normal nos tentames do teu processo evolutivo.
Não te consideres inatingível. Acostuma-te à fragilidade do corpo e às necessidades de crescimento como espírito que és.
Nenhuma dor te alcança sem critério superior de justiça.
Sofrimento algum no teu campo emocional, que se não acabe, deixando o resultado do seu trânsito.
Utiliza-te das ocorrências que trazem dor, para crescer, e não te apresentes inconformado.
Jesus, que veio à Terra exclusivamente para viver e ensinar o amor, sem qualquer culpa, nasceu em modesta gruta, passou pelo carreiro de inumeráveis injunções e partiu numa cruz, sob apupos e malquerenças, volvendo, no entanto, Sol Divino que é, em insuperável madrugada que dura até hoje, para que ninguém reclame, nem se revolte, nem se inconforme ante as ocorrências dolorosas do mundo...
(De "Alerta", de Divaldo P. Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)
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