(Foto: Nosso Irmão Divaldo)
Quando a criatura se resolve por diluir o véu da ignorância, que encobre a realidade da vida espiritual, começa a libertar-se da mais grave cegueira, que é a propiciada pela vontade.
Cegos não são apenas aqueles que deixaram de enxergar; senão todos quantos se recusam a ver, sendo piores os que fogem das evidências a fim de permanecerem na escuridão.
A vida, por sua própria génese, é de origem metafísica, possuindo suas raízes poderosamente fincadas no mundo transcendental, que é o causal. Expressando-se na condensação da energia, que se apresenta em forma objectiva, não perde o seu carácter espiritual, pelo contrário vitaliza-se por seu intermédio.
Quando a consciência acorda e as interrogações surgem, aguardando respostas, as contingências do prazer fugaz e sem sentido cedem lugar a necessidades legítimas, que são as responsáveis pela estruturação do ser profundo, portanto, imortal.
Simultaneamente, os valores éticos alteram-se, surgindo novos conceitos e aspirações em favor dos bens duradouros, que são indestrutíveis e passíveis de incessantes transformações para melhor, na criatura.
Desperta-se-lhe então a responsabilidade, e a visão optimista do progresso assenhoreia-se de sua mente, estimulando-a a crescer sem cessar. A sensibilidade aprimora-se-lhe e o seu campo de emoções alarga-se, enriquecendo-se de sentimentos nobres, que superam as antigas manifestações inferiores, tais o azedume, a raiva, o ressentimento, a amargura, a insatisfação...
Porque as suas metas são mediatas, a confiança aumenta à volta da Divindade e as realizações fazem-se primorosas, conquistando sabedoria e amor, de que se exorna a fim de sentir-se feliz.
Quando a criatura se encontra com a realidade espiritual, toda uma revolução se lhe opera no mundo interior.
Dulcifica-se o seu modo de ser e torna-se afável.
Tranquiliza-se ante quaisquer acontecimentos, mesmo os mais desgastantes, porque sabe das causalidades que elucidam todos os efeitos.
Nunca desanima, porque as suas realizações não aguardam apoio ou recompensas imediatas.
Identifica no serviço do bem os instrumentos para conseguir a perfeita afinidade com o amor, e doa-se.
Na meditação sobre os desafios existenciais ilumina-se, crescendo interiormente, sem perigo de retrocesso ou parada.
Descobre no século os motivos próprios para a evolução e enfrenta-os com alegria, dando-se conta que viver, no mundo, é aprender sempre, utilizando com propriedade cada minuto e acontecimento do quotidiano.
Usa as bênçãos da vida, porém, não abusa, de cada experiência retirando lições que incorpora às aquisições permanentes.
Acalma as ansiedades do sentimento, por compreender que tudo tem o seu momento próprio para acontecer e somente sucede aquilo que se encontra incurso no processo da evolução.
Aprende a silenciar, eliminando palavras excessivas na conversação, e, logrando equilíbrio mental, produz o silêncio mais importante.
Solidário em todas as circunstâncias, não se precipita, nem recua.
Conquista a paz e torna-se irmão de todos.
Quando a criatura compreende que se encontra na Terra em trânsito, realizando um programa que se estenderá além do corpo, na vida espiritual, realiza o auto-encontro, e, mesmo quando experimenta o fenómeno da morte, defronta a vida sem sofrer qualquer perturbação ou surpresa, mergulhando na Amorosa Consciência Cósmica.
Certamente, pensando em tal realidade, propôs Jesus:
- Busca, primeiro, o Reino de Deus e Sua justiça, e tudo mais te será acrescentado.
Despertar para a vida é imperativo de urgência, que não podes desconsiderar.
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Divaldo Pereira Franco, Obra: “Momentos Enriquecedores”
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.
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Texto Revisto
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