quinta-feira, abril 26, 2007

CANTIGAS DAS PALAVRAS

Quando escutes na estrada, alma querida e boa.
A palavra que fira,
Recordando a pedrada que se atira
Quando alguém se conturba e amaldiçoa,
Coloca-te em lugar da pessoa acusada
E, se na luz da fé que te inspira e sustém
Nada possas fazer, não digas nada,
Nem censures ninguém.

Pelo caminhos do quotidiano,
Quem se afeiçoa à queixa renitente
É igual a nós: um coração humano,
Às vezes enganado, outras vezes doente!...
Muita afeição que cai ou se arroja, de todo,
No azedume infeliz,
Não sabe que remexe uma furna de lodo,
Nem pondera o que diz...

Injúria, humilhação, sarcasmo, treva
Na comunicação verbal que te procura
São canais de mais dor, quando a dor se subleva
E cria delinquência, expiação, loucura!...
Ante as palavras rudes ou sombrias,
Considera, também, por outro lado,
De quanta compreensão precisarias
Se tivesses errado!...

Palavras de ferir, palavras de humilhar,
Mágoas de quem falhou, reclamações de alguém,
Violência, agressão, amargura, pesar,
Entrega tudo a Deus nas vibrações do bem!...
Nunca leves adiante a sombra que te prova;
Lembra a lição do Sol, sereno e superior,
Que, abrindo cada dia em luz de vida nova,
Tudo cobre de amor.

MARIA DOLORES

In ENCONTRO DE PAZ (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

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