Lei
Reencarnação! Descer de mansão doce e flórea,
Ninho tecido aos sóis qual fúlgida escumilha,
Onde a vida pompeia excelsa maravilha,
E afundar-se na sombra em lodacenta escória!
Ante o ser livre e belo – ave aos cimos da glória –
Recorda o corpo escravo ascorosa armadilha;
O berço – irmão do esquife – é a furna em que se humilha
Todo sonho ideal de ventura incorpórea.
Reencarnação, porém, é a Justiça Perfeita,
A Lei que esmonda, ampara, aprimora e endireita,
Por mais o coração inquira, chore ou trema!...
Alma, entre a lama e a dor da luta em que te abrasas,
Crias teu próprio mundo e as tuas próprias asas
Para galgar, um dia, a vastidão suprema!...
Constâncio Alves
In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)
quinta-feira, outubro 05, 2006
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