sexta-feira, outubro 20, 2006

ORAÇÃO DIANTE DA INJÚRIA...














Foste, ó Cristo, no mundo, o Servidor Sublime,
Perdão e caridade, ungindo a Natureza,
Fizeste da bondade a eterna luz acesa,
Qual estrela em que o Céu se condensa e se exprime;

Ao teu halo de amor, a Terra se redime,
E, entendimento alçado à Divina Grandeza,
Recuperas o fraco, extinguindo a fraqueza,
Salvas o criminoso e consomes o crime!...

Ante as farpas do mal, dá-nos paz e brandura,
Liberta-nos do ódio a alma pobre e insegura,
Rompe-nos os grilhões das heranças medievas...

E faz-nos sentir ao peito humilde e pasmo
Que mais vale gemer sob a cruz do sarcasmo
Que vencer e sorrir sob o aplauso das trevas!...

Lobo da Costa

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

domingo, outubro 15, 2006

QUANTO MAIS















Abençoai sempre as vossas dificuldades e não as lastimeis, considerando que Deus nos concede sempre o melhor e o melhor tendes obtido constantemente com a possibilidade de serdes mais úteis.

Quanto mais auxiliardes aos outros, mais amplo auxílio recebereis da Vida Mais Alta.

Quanto mais tolerardes os contratempos do mundo, mais amparados sereis nas emergências da vida, em que permaneceis buscando paz e progresso, elevação e luz.

Quanto mais liberdade concederdes aos vossos entes amados, permitindo que eles vivam a existência que escolheram, mais livres estareis para obedecer a Jesus, construindo a vossa própria felicidade.

Quanto mais compreenderdes os que vos partilham os caminhos humanos, mais respeitados vos encontrareis uma vez que, quanto mais doardes do que sois em benefício alheio, mais ampla cobertura de amparo do Senhor assegurará a tranquilidade nos vossos passos.

Continuemos a buscar Jesus em todos os irmãos da Terra, mas especialmente naqueles que sofrem problemas e dificuldades maiores que os nossos obstáculos, socorrendo, servindo e sempre mais felizes nos encontraremos sob as bênçãos dele, nosso Mestre e Senhor.
* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade

Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes

quarta-feira, outubro 11, 2006

PALAVRAS DE CARIDADE








O apoio... A simpatia... Uma oração apenas,
Carregada de fé na Bondade Divina...
A bênção do sorriso... A página que ensina
A vencer o amargor das lágrimas terrenas...

O minuto de paz... O auxílio que armazenas,
Na supressão do mal, ao trabalho em surdina...
O bilhete fraterno... Uma flor pequenina...
O socorro... A brandura... As palavras serenas...

A esmola... A roupa usada... O copo de água fria...
O pão... O entendimento... Um raio de alegria...
Um fio de esperança... A atitude sincera...

Da migalha mais pobre à dádiva mais rica,
Tudo aquilo que dás a vida multiplica
Nos tesouros de amor da glória que te espera!...


Auta de Souza

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

segunda-feira, outubro 09, 2006

DE CAMINHO EM CAMINHO


















Segue fazendo o bem.
Provavelmente não te faltarão espinhos e pedras.
Pedras, no entanto, servem nas construções e espinhos lembram rosas.
Não percas a oportunidade de auxiliar.
Se alguém te lança entraves à marcha, não te vincules à ideia do mal. Reflecte na Bondade de Deus e caminha.

Não acuses ninguém.
Compadece-te e age amparando.
Quem te pareça no erro, unicamente haverá estragado em si mesmo o sonho de amor e aperfeiçoamento com que nasceu.

Não gastes tempo medindo obstáculos ou lastimando ocorrências infelizes.
Ouve as frases do bem que te induzem à frente e esquece tudo aquilo que se te representa por apelo à desistência ou desânimo.

Alguns dos minutos das horas de que disponhas, investidos no reconforto aos irmãos emparedados no sofrimento, ser-te-ão contados por créditos de alegria e de paz.
Sê a coragem dos que esmorecem e a consolação dos que perdem a esperança.
Onde encontres a presença da sombra, acende a luz da renovação.
Quando alguém te falarem tribulações do presente, destaca as possibilidades do futuro.

Aos irmãos que te exponham prejuízos de agora, aponta as vantagens que virão.
Estende a própria alma na dádiva que fizeres.
Faz...

Mas não faças com a intenção de te engrandecer.
De tudo quanto ouças e vejas, fales ou faças, prevalece tão-somente o amor que puseres nas próprias manifestações.
Se percebes a vizinhança da tempestade, não te esqueças de que acima das nuvens reina o céu azul. E se te reconheces, dentro da noite, conserva a segurança de tua fé, recordando sempre que o amanhã trará um novo alvorecer.


Extraído do Livro: PALAVRAS DO CORAÇÃO de:

Chico Xavier

domingo, outubro 08, 2006

HUMILDADE

A humildade, por força divina, reflecte-se, luminosa, em todos os domínios da Natureza, os quais expressam, efectivamente, o Trono de Deus, patrocinando o progresso e a renovação.

Magnificente, o Sol, em cada dia, oscula a face do pântano sem clamar contra o insulto da lama; a flor, sem alarde, incensa a glória do céu. Filtrada na aspereza da rocha, a água revela-se mais pura, e, após as grandes calamidades, a colcha de erva cobre o campo, a fim de que o homem recomece a lida.

A carência de humildade, que, no fundo, é o reconhecimento da nossa pequenez diante do Universo, surge na alma humana qual doentio enquistamento de sentimentos, como o orgulho e a cobiça, o egoísmo e a vaidade, que se responsabilizam pela discórdia e pela delinquência em todas as direcções.

Sem o reflexo da humildade, atributo de Deus no reino do “eu”, a criatura sente-se proprietária exclusiva dos bens que a cercam, despreocupada da sua condição real de espírito em trânsito nos carreiros evolutivos e, apropriando-se da existência em sentido particularista, converte a própria alma em cidadela de ilusão, dentro da qual se recusa ao contacto com as realidades fundamentais da vida.

Sob o fascínio de semelhante negação, ergue azorragues de revolta contra todos os que lhe inclinem o espírito ao aproveitamento das horas, já que, sem o clima da humildade, não se desenvencilha da trama de sombras a que ainda se vincula, no plano da animalidade que todos deixamos para trás, após a auréola da razão.

Possuída pelo espírito da posse exclusivista, a alma acolhe facilmente o desespero e o ciúme, o despeito e a intemperança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam perigosas síndromes na vida orgânica, a exprimirem-se na depressão nervosa e no desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos referirmos aos deploráveis sucessos da experiência quotidiana, em que a ausência da humildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos passionais.

Quem retrata em si mesmo os louros dessa virtude quase desconhecida, aceita sem constrangimento a obrigação de trabalhar e servir, em benefício de todos, assimilando, deste modo, a bênção do equilíbrio e substancializando a manifestação das Leis Divinas, que jamais alardeiam as próprias dádivas.

Humildade não é servidão. É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para o bem.

Cultivá-la é avançar para a frente sem se prender, é projectar o melhor de si mesmo sobre os caminhos do mundo, é olvidar todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia...
Reflectindo-a, do Céu para a Terra, em penhor de redenção e beleza, o Cristo de Deus nasceu na palha da Manjedoura e despediu-se dos homens pelos braços da Cruz.


EMMANUEL
(Pensamento e Vida, 24 - F C Xavier)

quinta-feira, outubro 05, 2006

Lei

Reencarnação! Descer de mansão doce e flórea,
Ninho tecido aos sóis qual fúlgida escumilha,
Onde a vida pompeia excelsa maravilha,
E afundar-se na sombra em lodacenta escória!

Ante o ser livre e belo – ave aos cimos da glória –
Recorda o corpo escravo ascorosa armadilha;
O berço – irmão do esquife – é a furna em que se humilha
Todo sonho ideal de ventura incorpórea.

Reencarnação, porém, é a Justiça Perfeita,
A Lei que esmonda, ampara, aprimora e endireita,
Por mais o coração inquira, chore ou trema!...

Alma, entre a lama e a dor da luta em que te abrasas,
Crias teu próprio mundo e as tuas próprias asas
Para galgar, um dia, a vastidão suprema!...


Constâncio Alves

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)