sexta-feira, fevereiro 02, 2007

AGRADEÇO, SENHOR!

Agradeço, Senhor!

Agradeço, Senhor,
Quando me dizes «não»
Às súplicas indébitas que faço,
Através da oração.

Muitas daquelas dadivas que peço,
Estima, concessão, posse, prazer,
Em meu caso talvez fossem espinhos,
Na senda, que me deste a percorrer.

De outras vezes, imploro-te favores,
Entre lamentação, choro, barulho,
Mero capricho, simples algazarra,
Que me escapam do orgulho...

Existem privilégios que desejo,
Reclamando-te o «sim»,
Que, se me florescessem na existência,
Seriam desvantagens contra mim.

Em muitas circunstâncias, rogo afecto,
Sem achar companhia em qualquer parte,
Quando me dás a solidão por guia
Que me inspire a buscar-te.

Ensina-me que estou no lugar certo,
Que a ninguém me ligaste de improviso,
E que desfruto agora o melhor tempo
De melhorar-me em tudo o que preciso.

Não me escutes as exigências loucas,
Faz-me perceber
Que alcançarei além do necessário,
Se cumprir meu dever.

Agradeço, meu Deus,
Quando me dizes «não» com teu amor,
E sempre que te rogue o que não deva,
Não me atendas, Senhor!...

Maria Dolores

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

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