quarta-feira, agosto 16, 2006

PENA DE MORTE

Cristãos de todas as interpretações do Evangelho e de todos os quadrantes do mundo, atentos à exemplificação do Eterno Benfeitor, apartai o criminoso do crime, como aprendestes a separar o enfermo da enfermidade!... - Emmanuel

Todos os fundadores das grandes instituições religiosas, que ainda hoje influenciam activamente a comunidade humana, partiram da Terra com a segurança do trabalhador ao fim do dia.


Moisés, ancião, expira na eminência do Nebo, contemplando a Canaã prometida. Sidarta, o iluminado construtor do Budismo, depois de abençoada peregrinação entre os homens, abandona o corpo físico, num horto florido de Kuçinagara.

Confúcio, o sábio que plasmou todo um sistema de princípios morais para a vida chinesa, encontra a morte num leito pacífico, sob a vigilância de um neto afectuoso.

E, mais tarde, Maomé, o criador do Islamismo, que consentiu em ser adorado pelos discípulos, na categoria de imortal, sucumbe em Medina, dentro de sólida madureza, atacado pela febre maligna.

Com Jesus, entretanto, a despedida é diferente.

O divino fundador do Cristianismo, que define a Religião Universal do Amor e da Sabedoria, em plena vitalidade juvenil, é detido pela perseguição gratuita e trancafiado no cárcere.

Ninguém examina os Seus antecedentes, nem Lhe promove recursos à defensiva.

Negado pelos melhores amigos, encontra-se sozinho, entre juízes astuciosos, qual ovelha esquecida no meio de chacais.

Aliam-se ao egoísmo e à crueldade para O sentenciar ao sacrifício supremo.

Herodes, patrono da ordem pública, chamado a pronunciar-se no seu caso, determina que se lhe dê o tratamento cabível aos histriões.

Pilatos, responsável pela justiça, abstém-se de Lhe conferir o direito natural.

E, entregue à multidão amotinada na cegueira de espírito, é preferido a Barrabás, o malfeitor, para sofrer a condenação insólita.

Decerto, para nos induzir à compaixão, aceitou Jesus padecer em silêncio os erros da justiça terrestre, alinhando-se, na cruz, entre os injuriados e as vítimas sem razão, de todos os tempos da Humanidade.

Cristãos de todas as interpretações do Evangelho e de todos os quadrantes do mundo, atentos à exemplificação do Eterno Benfeitor, apartai o criminoso do crime, como aprendestes a separar o enfermo da enfermidade!


Educai o irmão transviado, quanto curais o companheiro doente!

Desterrai, em definitivo, a espada e o cutelo, o garrote e a forca, a guilhotina e o fuzil, a cadeira eléctrica e a câmara de gás dos quadros de vossa penologia, e oremos, todos juntos, suplicando a Deus que nos inspire paciência e misericórdia, uns para com os outros, porque, ainda hoje, em todos os nossos julgamentos, será possível ouvir, no ádito da consciência, o aviso celestial do nosso Divino Mestre, condenado à morte sem culpa:

- «Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra!»

EMMANUEL

Do livro "Religião dos Espíritos, 50, F. C. Xavier, FEB
Reunião pública de 10/7/59
Questão nº 760

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