segunda-feira, julho 31, 2006

ONDE ESTIVERES...

Foto: Auta de Souza

Enquanto o dia canta, enquanto o dia
Esperanças e flores te revela,
Segue na estrada primorosa e bela
Da bondade que atende, ampara e cria.

Não desprezes o tempo que te espia
Por santa e infatigável sentinela...
E, alma do amor que se desencastela,
Perdoa, alenta e crê, serve e confia.

Lembra-te, enquanto é cedo! Tudo, tudo
O tempo extingue generoso e mudo,
Menos o Eterno Bem que, excelso, arde...

E onde estiveres, torturado embora,
Faz do bem a luz de cada hora,
Antes que a dor te ajude, triste e tarde!


***
In: “POETAS REDIVIVOS” (Francisco Cândido Xavier/Auta de Souza)

sábado, julho 29, 2006

RECEITA:

INGREDIENTES:

FAMÍLIA: É aqui que tudo começa!

AMIGOS: Nunca deixe faltar!

RAIVA: Se acontecer que seja pouca!

DESESPERO: Para quê!?

PACIÊNCIA: O máximo possível!

LÁGRIMAS: Enxugue todas!

SORRISOS: Os mais variados!

PAZ: Em grande quantidade!

PERDÃO: À vontade!

ESPERANÇA: Não perca jamais!

CORAÇÃO: Quanto maior melhor!

AMOR: Pode abusar!

CARINHO: Essencial!


MODO DE PREPARAR:
Reúna a sua FAMÍLIA e os seus AMIGOS.
Esqueça os momentos de RAIVA e DESESPERO.
Use toda a sua PACIÊNCIA.
Substitua as suas LÁGRIMAS pelos seus SORRISOS.
Junte a PAZ e o PERDÃO, e, depois, ofereça a todos, nomeadamente aos seus desafectos.
Deixe a ESPERANÇA crescer no seu CORAÇÃO.

Viva sempre com muito AMOR e CARINHO.

Rendimento: Uma vida maravilhosa e UM OPTIMO DIA!!!

quarta-feira, julho 26, 2006

O ESPÍRITO DA MALDADE

O Espírito da Maldade, que promove aflições para muita gente, vendo, em determinada manhã, um ninho de pássaros felizes, projectou destruir as pobres aves.

A mãezinha alada, muito contente, acariciava os filhinhos, enquanto o papai voava, à procura de alimento.

O Espírito da Maldade notou aquela imensa alegria e exasperou-se. Mataria todos os passarinhos, pensou consigo. Para isto, no entanto, necessitava de alguém que o auxiliasse.

Aquela acção exigia mãos humanas. Começou, então, a buscar a companhia das crianças. Quem sabe algum menino poderia obedecer-lhe?

Foi a casa de Joãozinho, filho de Dona Laura, mas Joãozinho estava muito ocupado na assistência ao irmão menor, e, como o Espírito da Maldade só pode arruinar as pessoas insinuando-se pelo pensamento, não encontrou meios de dominar a cabeça de João.

Correu à residência de Zelinha, filha de Dona Carlota. Encontrou a menina trabalhando, muito atenciosa, numa blusa de tricô, sob a orientação materna, e, em vista de lhe achar o cérebro tão cheio das ideias de agulha, fios de lã e peça por acabar, não conseguiu transmitir-lhe o propósito infeliz.

Dirigiu-se, então, à chácara do senhor Vitalino, observando se o Quincas, filho dele, estava em condições de o servir. Mas Quincas, justamente nessa hora, mantinha-se, obediente, sob as ordens do papai, plantando várias mudas de laranjeiras e tão alegre se encontrava, a meditar na bondade da chuva e nas laranjas do futuro, que nem de leve percebeu as ideias venenosas que o Espírito da Maldade lhe soprava na cabeça.

Reconhecendo a impossibilidade de o absorver, o génio do mal lembrou-se de Marquinhos, o filho de Dona Conceição. Marquinhos era muito mimado pela mãe, que não o deixava trabalhar, protegendo-lhe a vadiagem. Tinha doze anos bem feitos e vivia de casa em casa a reinar na preguiça. O Espírito da Maldade procurou-o e encontrou-o, à porta de um botequim, com enorme cigarro à boca. As suas mãos estavam desocupadas e a cabeça vaga.

– “Vamos matar passarinhos?” – Disse o espírito horrível aos ouvidos do preguiçoso.

Marquinhos não escutou em forma de voz, mas ouviu em forma de ideia.

Saiu, de repente, com um desejo incontrolável de encontrar avezinhas para a matança.

O Espírito da Maldade, sem que ele o percebesse, conduziu-o, facilmente, até à árvore em que o ninho feliz recebia as carícias do vento. O menino, com pedradas criminosas, aniquilou pai, mãe e filhinhos. O génio sombrio tomara-lhe as mãos e, após o assassínio das aves, levou-o a cometer muitas faltas que lhe prejudicaram a vida, por muitos e muitos anos.

Somente mais tarde é que Marquinhos compreendeu que o Espírito da Maldade somente pode agir, no mundo, por intermédio de meninos vadios ou de homens e mulheres votados à preguiça e ao mal.

In: “ALVORADA CRISTÔ (Francisco Cândido Xavier/Neio Lúcio)

terça-feira, julho 25, 2006

O ENSINO DA SEMENTEIRA

Certo fazendeiro, muito rico, chamou o filho de quinze anos e disse-lhe:
– Meu filho, todo o homem colhe apenas do que plantar. Cuida de fazer bem a todos, para que sejas feliz.
O rapaz ouviu o conselho e, no dia imediato, muito carinhosamente alojou minúsculo cajueiro em local não distante da estrada que ligava o vilarejo próximo à propriedade paternal.
Decorrida uma semana, tendo recebido das mãos paternas um presente em dinheiro, foi à vila e protegeu pequena fonte natural, construindo-lhe conveniente abrigo com a cooperação de alguns poucos trabalhadores, aos quais recompensou generosamente.
Reparando que vários mendigos por ali passavam, ao relento, acumulou as dádivas que recebia dos familiares e, quando completou vinte anos, edificou reconfortante albergue para asilar viajantes sem recursos.
Logo após, a vida impôs-lhe amargurosas surpresas.
Sua Mãezinha morreu num desastre e o Pai, em virtude das perseguições de poderosos inimigos na luta comercial, empobreceu rapidamente, falecendo em seguida. Duas irmãs mais velhas casaram-se e tomaram diferentes rumos.
O rapaz, agora sozinho, embora jamais esquecesse os conselhos paternos, revoltou-se contra as ideias nobres e partiu mundo fora.
Trabalhou, ganhou enorme fortuna e gastou-a, gozando os prazeres inúteis.
Nunca mais cogitou de semear o bem.
Os anos desdobraram-se uns sobre os outros.
Entregue à idade madura, dera-se ao vício de jogar e beber.
Muita vez, o Espírito de seu pai aproximava-se, rogando-lhe cuidado e arrependimento. O filho registava-lhe os apelos em forma de pensamentos, mas negava-se a atender. Queria somente comer à vontade e beber nas casas ruidosas, até de madrugada.
Acontece, porém, que o equilíbrio do corpo tem limites e sua saúde alterou-se de maneira lamentável. Apareceram-lhe feridas por todo o corpo. Não podia alimentar-se regularmente. Perdeu a fortuna que possuía, através de viagens e tratamentos caros. Como não fizera afeições, foi relegado ao abandono. Branquearam-se-lhe os cabelos. Os amigos das noitadas alegres fugiram; envergonhado, ausentou-se da cidade a que se acolhera e transformou-se num mendigo.
Peregrinou por muitos lugares e por muitos climas, até que, um dia, sentiu imensas saudades do antigo lar e voltou ao pequeno burgo que o vira crescer.
Fez longa excursão a pé. Transcorridos muitos dias, chegou, extenuado, ao sítio de outro tempo.
O cajueiro que plantara convertera-se em árvore dadivosa. Encantado, viu-lhe os frutos tentadores. Aproveitou-os para matar a própria fome e seguiu para a vila. Tinha sede e buscou a fonte. A corrente cristalina, bem protegida, afagou-lhe a boca ressequida.
Ninguém o reconheceu, tão abatido estava.
Em breve, desceu a noite e sentiu frio. Dois homens caridosos ofereceram-lhe os braços e conduziram-no ao velho asilo que ele mesmo construíra. Quando entrou no recinto, derramou muitas lágrimas, porque seu nome estava gravado na parede com palavras de louvor e bênção.
Deitou-se, constrangido, e dormiu.
Em sonho, viu o Espírito do pai, junto dele, exclamando:
– Aprendeste a lição, meu filho? Sentiste fome e o cajueiro alimentou-te; tiveste sede e a fonte saciou-te; necessitavas de asilo e acolheste-te ao lar que edificaste em favor dos que passam com destino incerto...
Abraçando-o, com ternura, acrescentou:
– Porque deixaste de semear o bem?
O interpelado nada pôde responder. As lágrimas embargavam-lhe a voz, na garganta.
Acordou, muito tempo depois, com o rosto lavado em pranto, e, quando o encarregado do abrigo lhe perguntou o que desejava, informou simplesmente:
– Preciso tão-somente de uma enxada... Preciso recomeçar a ser útil, de qualquer modo.

In: “ALVORADA CRISTÔ (Francisco Cândido Xavier/Neio Lúcio)

segunda-feira, julho 24, 2006

NO PASSEIO MATINAL...

Dionísio, o moleiro, muito cedo partiu em companhia do filhinho, na direcção de grande milheiral.

A manhã fizera-se linda.


Os montes próximos pareciam vestidos em gaze esvoaçante.

As folhas da erva, guardando, ainda, o orvalho nocturno, assemelhavam-se a caprichoso tecido verde, enfeitado de pérolas. Flores vermelhas, aqui e ali, davam a ideia de jóias espalhadas no chão.

As árvores, muito grandes, à beira da estrada, despertavam, de leve, à passagem do vento.

O Sol aparecia, brilhante, revestindo a paisagem numa coroa resplandecente.

Reinaldo, o pequeno guiado pela mão paterna, seguia num deslumbramento. Não sabia o que mais admirar: se o lençol de neblina muito alva, se o horizonte inflamado de luz. Em dado momento, perguntou, feliz:

– Papai, de quem é todo este mundo?

– Tudo pertence ao Criador, meu filho – esclareceu o moleiro, satisfeito – o Sol, o ar, as águas, as árvores e as flores, tudo, tudo, é obra d’Ele, nosso Pai e Senhor.

– Para quê tudo isto? – Continuou o petiz contente.

– A fim de recebermos esta escola divina, que é a Terra.

– Escola?

– Sim, filho – tornou o progenitor paciente –, aqui devemos aprender, no trabalho, a amar-nos uns aos outros, aprimorando sentimentos, quanto devemos aperfeiçoar o solo que pisamos, transformando colinas, planícies e pedras em cidades, fazendas, estábulos, pomares, milheirais e jardins.

Reinaldo não entendeu, de pronto, o que significava “aprimorar sentimentos”; contudo, sabia perfeitamente o que vinha a ser a remoção dum monte empedrado. Surpreso, voltou a indagar:

– Então, papai, somos obrigados a trabalhar tanto assim? Como será possível modificar este mundo tão grande?

O moleiro pensou alguns instantes e observou:

– Meu filho, já ouvi dizer que uma andorinha vagueava só, quando notou que um incêndio lavrava no seu campo predilecto, O fogo consumia plantas e ninhos. Em vão, gritou por socorro.

Reconhecendo que ninguém lhe escutava as súplicas, pôs-se rápida para o córrego não distante, mergulhando as pequenas asas na água fria e límpida; daí, voltava para a zona incendiada, sacudindo as asas molhadas sobre as chamas devoradoras, procurando apagá-las. Repetia a operação, já por muitas vezes, quando se aproximou um gavião preguiçoso, indagando-lhe com ironia:

– “Você, em verdade, acredita combater um incêndio tão grande com algumas gotas d’água?” A avezinha prestativa, porém, respondeu, calma: – “É provável que eu não possa fazer a obra toda; entretanto, sou imensamente feliz cumprindo o meu dever.

O moleiro fez uma pausa e interrogou o filho:

– Não acreditas que podemos imitar semelhante exemplo? Se todos procedêssemos como a andorinha operosa e vigilante, em pouco tempo toda a Terra estaria transformada num paraíso.
O menino calou-se, entendendo a extensão do ensinamento e, no íntimo, contemplando a beleza do quadro matinal, desde as margens do caminho até à montanha distante, prometeu a si mesmo que procuraria cumprir no mundo todas as obrigações que lhe coubessem na obra sublime do Infinito Bem.

In: “ALVORADA CRISTÔ (Francisco Cândido Xavier/Neio Lúcio)

sexta-feira, julho 21, 2006

O ANJO DA LIMPEZA

Adélia ouvira falar em Jesus e tomara-se de tamanha paixão pelo Céu que nutria um desejo único – ser anjo para servir ao Divino Mestre.

Para isso, a boa menina fez-se humilde e crente, e, quando se não estava na escola em contacto com os livros, mantinha-se na câmara de dormir em preces fervorosas.

Cercava-se de lindas gravuras, em que os artistas do pincel lembram a passagem do Cristo entre os homens, e, em lágrimas, repetia: – “Senhor, quero ser tua! quero servir-te!...”

A Mãezinha, em franca luta doméstica, debalde a convidava aos serviços da casa.

Adélia sorria, abraçava-se a ela e reafirmava o propósito de se preparar para a companhia do Divino Amigo.

A bondosa senhora, observando que o ideal da filha só merecia louvores, deixava-a em paz com os estudos e orações de cada dia.

Meses correram sobre meses e a jovem prosseguia inalterável.

Orando sempre, suplicava ao Senhor a transformasse num anjo.

Decorridos dois anos de rogativas, sonhou, certa noite, que era visitada pelo Mestre Amoroso.

Jesus envolvia-se em vasta auréola de claridade sublime. A túnica luminosa, a cair-lhe dos ombros com graça e beleza, parecia de neve coroada de sol.

Estendendo-lhe a destra compassiva, o Cristo observou-lhe:

– Adélia, ouvi tuas súplicas e venho ao teu encontro. Desejas realmente servir-me?

– Sim, Senhor! – Respondeu a pequena, inflamada de comoção jubilosa, convencida de que o Salvador a conduziria naquele mesmo instante para o Céu.

– Ouve! – Tornou o Mestre, docemente.

Ansiosa de se pôr a caminho do paraíso, a jovem replicou, reverente:

– Diz, Senhor! Estou pronta!... Leva-me contigo, sinto-me aflita para comparecer entre os que retêm a glória de Te servir no plano celestial!...

O Cristo sorriu, bondoso, e considerou:

Não, Adélia. Nosso Pai não te colocou inutilmente na Terra. Temos enorme serviço neste mundo. Estimo as tuas preces e teus pensamentos de amor, mas preciso de alguém que me ajude a retirar o lixo e os detritos que se amontoam, não longe de tua casa. Meninos cruéis prejudicaram a rede de esgoto, a pequena distância do teu lar. Aí se concentra perigoso foco de moléstias, ameaçando trabalhadores desprevenidos, mães devotadas e crianças incautas. Vai, minha filha!

Ajuda-me a salvá-los da morte. Estarei contigo, auxiliando-te nessa meritória tarefa.

A menina preocupada quis fazer perguntas, mas o Mestre afastou-se, de leve...

Acordou sobressaltada.

Era dia.

Vestiu-se à pressa e procurou a zona indicada. Corajosa muniu-se de desinfectantes, armou-se de enxada e vassoura pediu a contribuição materna, e o foco infeccioso foi extinto.

A discípula obediente, todavia, não parou mais.

Diariamente, ao regressar da escola, punha-se a colaborar com a Mamãe, em casa, zelando também quanto lhe era possível pela higiene das vias públicas e ensinando outras crianças a serem tão cuidadosas, quanto ela mesma. Tanto trabalhou e se esforçou que, certo dia, o director do grupo escolar lhe conferiu o título de Anjo da Limpeza. Professoras e colegas comemoraram festivamente o acontecimento.

Chegada a noite, dormiu contente e sonhou que Jesus vinha encontrá-la, de novo.

Nimbado de luz, abraçou-a, com ternura, e disse-lhe brandamente:

– Abençoada sejas, filha minha! Agora, que os próprios homens te reconhecem por benfeitora, agradeço-te os serviços que me prestas diariamente. Anjo da Limpeza na Terra, serás Anjo de Luz no Paraíso.

Em lágrimas de alegria intensa, Adélia despertou, feliz, compreendendo, cada vez mais, que a verdadeira ventura reside em colaborar com o Senhor, nos trabalhos do bem, em toda parte.

In: “ALVORADA CRISTÔ (Francisco Cândido Xavier/Neio Lúcio)

terça-feira, julho 18, 2006

O PERU PREGADOR...

Um belo peru, após conviver largo tempo na intimidade duma família que dispunha de vastos conhecimentos evangélicos, aprendeu a transmitir os ensinamentos de Jesus, esperando-lhe também as divinas promessas. Tão versado ficou nas letras sagradas que passou a propagá-las entre as outras aves.
De quando em quando, era visto a falar na sua estranha linguagem “glá-glé-gli-gló-glu”. Não era, naturalmente, compreendido pelos homens. Mas os outros perus, as galinhas, os gansos e os marrecos, bem como os patos, entendiam-no perfeitamente.
Começava o comentário das lições do Evangelho e o terreiro enchia-se logo. Até os pintainhos se aquietavam sob as asas maternas, a fim de o ouvir.
O peru, muito confiante, assegurava que Jesus-Cristo era o Salvador do Mundo, que viera alumiar o caminho de todos e que, por base de sua doutrina, colocara o amor das criaturas umas para com as outras, garantindo a fórmula de verdadeira felicidade na Terra. Dizia que todos os seres, para viverem tranquilos e contentes, deveriam perdoar aos inimigos, desculpar os transviados e socorrê-los.
As aves passaram a venerar o Evangelho; todavia, chegado o Natal do Mestre Divino, eis que alguns homens vieram aos lagos, galinheiros, currais e, depois de se referirem excessivamente ao amor que dedicavam a Jesus, laçaram frangos, patinhos e perus, matando-os, ali mesmo, ante o assombro geral.
Houve muitos gritos e lamentações, mas os perseguidores, alegando a festa do Cristo, distribuíram pancadas e golpes à vontade.
Até mesmo a esposa do peru pregador foi também morta.
Quando o silêncio se fez no terreiro, ao cair da noite, havia em toda parte enorme tristeza e irremediável angústia de coração.
As aves aflitas rodearam o doutrinador e crivaram-no de perguntas dolorosas.
Como louvar um Senhor que aceitava tantas manifestações de sangue na festa de seu natalício? Como explicar tanta maldade por parte dos homens que se declaravam cristãos e operavam tanta matança? Não cantavam eles hinos de homenagem ao Cristo? Não se afirmavam discípulos d’Ele? Precisavam, então, de tanta morte e tanta lágrima para reverenciarem o Senhor?
O pastor alado, muito contrafeito, prometeu responder no dia seguinte. Achava-se igualmente cansado e oprimido. Na manhã imediata, ante o Sol rutilante do Natal, esclareceu aos companheiros que a ordem de matar não vinha de Jesus, que preferira a morte no madeiro a ter de justiçar; que todos deviam continuar, por isso mesmo, a amar o Senhor e a servi-Lo, acrescentando que lhes cabia perdoar setenta vezes sete. Explicou, por fim, que os homens degoladores estavam anunciados no versículo quinze do capítulo sete, do Apóstolo Mateus, que esclarece: – “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. Em seguida, o peru recitou o capítulo cinco do mesmo evangelista, comentando as bem-aventuranças prometidas pelo Divino Amigo aos que choram e padecem no mundo.
Verificou-se, então, imenso reconforto na comunidade atormentada e aflita, porque as aves recordaram de que o próprio Senhor, para alcançar a Ressurreição Gloriosa, aceitara a morte de sacrifício igual à delas.

In: “ALVORADA CRISTÔ (Francisco Cândido Xavier/Neio Lúcio)
***
Que lição grande retiramos desta mensagem!?
Que, para sobrevivermos e nos alimentarmos… não necessitamos de ofender a vida de ninguém… seja quem for… pois que, em Verdade, todos estão, tal como nós, prosseguindo seu Caminho evolutivo… fazendo parte, absolutamente, da Criação Divina…
- “Não matarás”! Nos disse o Senhor!
Cumpramos, então, Seu ordenamento!
Na Natureza temos tudo, sem erro, para nossa alimentação! Basta, também aqui, saber olhar… escolher e…VIVER em PAZ!
Guerreiro da Luz

segunda-feira, julho 17, 2006

O AMIGO SUBLIME...

Foto: Chico Xavier
É sempre o amigo sublime.
Educa sem nos ferir.
Diverte, edificando-nos o carácter.
Revela-nos o passado e prepara-nos, diante do porvir.
Repete-nos o que Sócrates ensinou nas praças de Atenas.
Descobre-nos ao olhar maravilhado as civilizações que passaram. O Egipto resplandecente dos faraós, a Grécia dos filósofos e artistas, a Jerusalém dos hebreus, desfilam ante a nossa imaginação, ao seu toque espiritual.
Conta-nos o que realizou Moisés, o grande legislador.
Lembra-nos a palavra de Platão e Aristóteles.
Junto dele, aprendemos quanto sofreram nossos antepassados, na conquista do bem-estar de que gozamos presentemente.
Descreve-nos a inutilidade das guerras nascidas do ódio que devastaram o mundo. Aconselha-nos quanto à sementeira de tranquilidade e alegria. Ajuda-nos no entendimento de nós mesmos e na compreensão de nossos vizinhos. Dá-nos coragem para o trabalho, e humildade no caminho da experiência.
Sem ele, perderíamos as mais belas notícias de nossos avós e a obra da vida não alcançaria a necessária significação; passaríamos na Terra, em pleno desconhecimento uns dos outros, e a lição preciosa dos homens mais velhos não chegaria aos ouvidos dos mais novos; a religião e a ciência provavelmente não surgiriam à luz da realidade; os mais elevados ideais do espírito humano morreriam sem eco; a indústria, o comércio e a navegação não possuiriam pontos de apoio.
É o traço de união, entre os que ensinam e aprendem, entre os milénios que já se foram e o dia que vivemos agora.
É, ainda, a esse amigo abençoado que devemos a colecção de notícias e ensinamentos de Jesus, que renovam a Terra para o Reino Divino.
Esse inesquecível benfeitor do mundo é o livro edificante. Por isto, não nos esqueçamos de que todo o livro consagrado ao bem é um companheiro iluminado de nossa vida, merecendo a estima e o respeito universal.

In: “ALVORADA CRISTÔ (Francisco Cândido Xavier/Neio Lúcio)

quinta-feira, julho 13, 2006

A GRANDE LEI!

"Mestre, qual o grande mandamento da lei?"

Jesus responde:

- "Amarás o senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito.

Este o maior e primeiro mandamento.

Eis o segundo, que é semelhante ao primeiro:

- Amarás o teu próximo, como a ti mesmo.

E acrescentou: toda lei e os profetas se acham contidos nestes dois mandamentos."

***
Notas Pessoais:

Disto resulta a Sua Máxima:

- “Só pelo AMOR será salvo o Homem!”

Que cada um cumpra ou faça a sua parte!

Quando entendermos isto… teremos ascendido, sendo e vivendo FELIZES, em UNIÃO e COMUNHÃO com DEUS, terminando aí nossos Ciclos reencarnatórios!

Felizes os que acreditam… tudo fazendo para serem Luz!

segunda-feira, julho 10, 2006

APONTAMENTO!

Manifestaste indisfarçável aborrecimento, ante as observações paternas que te contrariaram os propósitos impensados.

Ontem, abusaste da alimentação, hoje pretendias uma excursão inconveniente.

Referiu-se teu pai às necessidades do espírito, com acentuada tristeza; todavia, longe de lhe entenderes a nobreza do gesto, buscaste, intempestivo, os braços maternos, na ânsia incontida de aprovação aos teus caprichos juvenis.

Foste, porém, injusto.

O jovem que recusa a orientação acertada dos mais velhos que lhe desejam o bem, procede qual lavrador leviano que reprova a boa semente.

Estimas as longas incursões no pomar, quando as laranjeiras se cobrem de frutos e quando a parreira deita uvas doces.

Acreditas, no entanto, que as árvores excelentes teriam crescido sem cuidado? Admites que a vinha não necessitou de amparo em pequena?

Todas as plantas, mormente as mais tenras, sofrem insistentes perseguições de detritos e vermes. Sem carinhosas mãos que as protejam, ser-lhes-ia impraticável o desenvolvimento e a frutificação; muitos dias de vigilância requerem do pomicultor antes de nos atenderem na chácara.

Ignoras que o mesmo acontece no campo do coração?

As más experiências de uma criança acompanham-na a vida inteira.

Diz antigo provérbio: “com o tempo, a folha da amoreira converte-se em veludoso cetim”; mas não podemos esquecer que também com o tempo as águas desamparadas e esquecidas se transformam em pântano.

Não te revoltes contra a sementeira de reflexão e bondade que o carinho paterno realiza no teu espírito.

Sobretudo, não te impressiones com a fantasiosa opinião de colegas da rua. O tempo dará corpo aos princípios inferiores ou superiores que abraçares e, enquanto o companheiro estranho ao teu lar pode ser o amigo de alguns dias, o papai ser-te-á o amigo e benfeitor de muitos anos.

In: “ALVORADA CRISTÔ (Francisco Cândido Xavier/Neio Lúcio)

quinta-feira, julho 06, 2006

NA SEMENTEIRA DO AMOR...

Ajuda sempre, filho meu.

Pensa no bem, exalta-lhe a grandeza e intensifica-lhe os dons na Terra.

A glória mais expressiva do perdão não reside tanto na superioridade daquele que o dispensa, mas sim na soma de benefícios gerais que virão depois dele. O mais alto valor do concurso fraterno não está contido no socorro às necessidades materiais de ordem imediata mas, sim, no estímulo à confiança e à fraternidade.

Somente os espíritos em desequilíbrio extremo, fundamentados e cristalizados no mal, menosprezam as manifestações do bem.

Sei que é difícil julgar o destino de uma dádiva e, por vezes, o teu pensamento perde-se, inutilmente, em complicadas conjecturas.

“Terei dado para o bem? Terei dado para o mal?“ – Interrogas-te a ti mesmo.

Mas, se não deste quanto possuis, se apenas concedeste migalhas do tesouro que o Senhor te confiou, não poderás ajudar ao próximo, tranquilamente, em nome do mesmo generoso Senhor que tudo te emprestou no mundo, a título precário!

Claro que te não rogo favorecer o crime e a desordem visíveis ao nosso olhar. Entretanto, se te posso pedir alguma coisa, em tempo algum te negues à cooperação fraterna.

Não abandones o enfermo, receando aborrecimentos, e nem fujas ao irmão desditoso que caiu nas malhas da justiça, temendo dissabores.

Se a tua bondade não for compreendida, aprende a esperar.

Não é mais cristão aquele que serve por amor de servir, sem qualquer expectativa de remuneração?

Não te esqueças de que o Mestre foi conduzido ao madeiro da angústia, por ajudar e amar sempre...

Segue, auxiliando.

Será melhor assim, porque todos estamos sob o olhar da Vigilância Divina.

O homem que ajuda por vaidade e ostentação, quase sempre, em pouco tempo, cria para si mesmo o hábito de auxiliar, atingindo sublimes virtudes. Aquele, porém, que muito fiscaliza os beneficiados e raciocina com excesso quanto ao “dar” e ao “não dar” converte-se, não raro, em calculista da piedade, a endurecer o coração, por séculos numerosos.

Ouve! Estamos à frente do tempo infinito...

É imprescindível semear.

Não adubes o vício e o crime. Todavia, não olvides que é necessário plantar muito amor, para que o amor nos favoreça.

In: “ALVORADA CRISTÔ (Francisco Cândido Xavier/Neio Lúcio)

terça-feira, julho 04, 2006

CONFIA E CAMINHA!

A existência na Terra é comparável a uma viagem de aperfeiçoamento, na qual necessitas seguir adiante, ao lado dos companheiros da jornada evolutiva.

Muitos desconhecem-te, no entanto, Deus sabe quem és!

Muitos menosprezam-te, contudo, Deus não te abandona!

Muitos hostilizam-te, mas Deus apoia-te!

Muitos reprovam-te, em circunstâncias difíceis, no entanto, Deus abençoa-te!

Muitos afastam-se da tua presença, todavia, Deus permanece contigo!

Alguns podem excomungar-te, mas Deus amar-te-á sempre!

À vista de semelhantes realidades, sempre que tropeços e provações apareçam na tua vida, não te acomodes à beira da estrada, nem em nenhum recanto da inércia.

Confia em Deus e caminha!

EMMANUEL
(Do livro “Luz e Vida”, F. C. Xavier)

JESUS, SABE!

Foto: MEIMEI (Espírito)

Jesus Sabe!

"Não ajudo porque esse homem não merece, é pervertido", disseste. E, de outra feita, afirmaste: "Não auxílio, essa mulher errou por que quis..."

Não te lembraste, porém, de que Jesus, antes, viu-lhes as faltas e nem por isso cortou a chance à necessária reparação.

Não percas tempo em procurar o mal; antes dedica-te a socorrer as suas vítimas.

Diante desse ou daquele acontecimento amargo,m sempre mais do que nós, Jesus sabe...

Conhece o Divino Amigo onde se esconde o verme do vício, como também onde se oculta a farpa da crueldade.

Em razão disso, não te dediques a relacionar as úlceras alheias nem a conferir os espinhos da estrada.

Se alguém prefere mergulhar na sombra, diz contigo mesmo: - Jesus sabe!

Se alguém não te escuta a palavra de amor, reflecte em silêncio: - Jesus sabe!

Se alguém surge enganado aos teus olhos, pensa, convicto, - Jesus sabe!

Se alguém deixa de cumprir o dever, observa de novo: - Jesus sabe!

Faz o bem que puderes e, entregando a justiça à harmonia da Lei, entenderás, por fim, que Jesus nos chamou para fazermos luzir a estrela da caridade onde a vida padeça o insulto da escuridão.

O desconhecido passou, de carro, enlameando-te a roupa, como se toda a rua lhe pertencesse... Compadece-te dele. Corre, desesperado, à procura de alguém que lhe socorra o filho pequeno às portas da morte.

A linda mulher, que pérolas e brilhantes enfeitam, segue ao teu lado, parecendo fingir que te não percebe a presença... Compadece-te! Ela tem os olhos embaciados de pranto e não te chegou a ver.

Jovem, admiravelmente bem apresentável, cruzou contigo, endereçando-te palavras de sarcasmo e de gozação... Compadece-te! Ele tem os passos no caminho do hospício e ainda não sabe.

O amigo que mais amas negou-te um favor... Compadece-te dele! Não lhe vês a dificuldade encravada no coração.


Companheiros do mundo!... Estarão contigo, notadamente no lar, onde guardam os nomes de pai e mãe, esposo e esposa, filhos e irmãos... Muitas vezes, levantam-se de manhã, chorosos e doloridos, aguardando um sorriso de entendimento, ou chegam ao trabalho, fatigados e tristes, esmolando compreensão.

Todos trazem consigo aflições e problemas que desconheces.

Ergue a própria alma e auxilia sempre!... Indulgência para com todos! Bondade para com todos!...

E se algum deles te fere directamente a carne ou a alma, não levantes o braço ou a voz para revidar.

Busca no silêncio a inspiração do Senhor, e o Mestre, como se estivesse descendo da cruz em que pediu perdão para os próprios verdugos, te dirá compassivo:

- Perdoa, sim! Perdoa sempre, porque, em verdade, aqueles que não perdoam também não sabem o que fazem...

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Pelo Espírito: Meimei
Psicografia de:
Francisco Cândido Xavier
Livro:
Sementes de Amor

domingo, julho 02, 2006

TODOS SOMOS IRMÃOS

Todos somos irmãos, constituindo uma só família, perante o Senhor; mas, até alcançarmos a fraternidade suprema, estagiaremos, através de grupos diversos, de aprendizado em aprendizado, de reencarnação em reencarnação.

Temos, assim, no quotidiano, a companhia daquelas criaturas que mais entranhamente se nos associam no trabalho, chamem-se esposo ou esposa, pais ou filhos, parentes ou companheiros. E, por muito que nos impessoalizem os sentimentos, somos defrontados em família pelas ocasiões de prova ou de crises, em que nos inquietamos, gastando tempo e energia para vê-los na trilha que consideramos como sendo a mais certa. Se já conquistamos, porém, mais amplas experiências, é forçoso, a fim de os ajudar, cultivar a bondade e a paciência com que, noutro tempo, fomos auxiliados por outros.

Suportamos dificuldades e desacertos para atingirmos determinados conhecimentos, atravessamos tentações aflitivas e, em alguns casos, sofremos queda imprevista, da qual nos levantamos somente à custa do amparo daqueles que fizeram da virtude não uma alavanca de fogo, mas sim um braço amigo, capaz de compreender e de sustentar.

Lembremo-nos, sobretudo, de que os nossos entes amados são consciências livres, quais nós mesmos. Se errados, não será lançando-lhes condenação que poderemos reajustá-los; se fracos, não é aguardando deles espectáculos de força que lhes conferiremos valor; se ignorantes, não é lícito pedir-lhes entendimento, sem lhes administrarmos educação; e, se doentes, não é justo esperarmos testemunhem comportamento igual ao da criatura sadia, sem, antes, suprimir-lhes a enfermidade.

Em qualquer circunstância, é necessário observar e observar sempre que fomos transitoriamente colocados em regime de intimidade, a fim de aprendermos uns com os outros e nos ampararmos reciprocamente.

Em vista disto, quando o mal se intromete na seara doméstica, evitemos desespero, irritação, desânimo e ressentimento, que não oferecem proveito algum, e sim recorramos à prece, rogando à Providência Divina nos conduza e inspire por seus emissários; isso para que venhamos a agir, não conforme os nossos caprichos, e sim em conformidade com o amor que a vida nos preceitua, a fim de fazermos o bem que nos compete fazer.

André Luiz - (Do livro "Estude e Viva", psicografia Chico Xavier e Waldo Vieira, Espíritos Emmanuel e André Luiz)

O QUE É A VERDADE?

"Os ideais que iluminaram o meu caminho e que sempre me deram uma nova coragem para encarar a vida, foram: a bondade, a beleza e a verdade."

Albert Einstein

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O Que é a Verdade?


Contam as lendas, que a verdade foi enviada por Deus ao mundo em forma de um gigantesco espelho.

E quando o espelho estava chegando sobre a face da terra, quebrou-se, partiu-se em inumeráveis pedaços que se espalharam por todos os lados.

As pessoas sabiam que a verdade era o espelho, mas não sabiam que ele se havia partido.

E por essa razão, as que encontravam um dos pedaços, acreditavam que tinham nas mãos a verdade absoluta, quando na realidade possuíam apenas uma pequena parte.

E quem deterá a verdade absoluta?

A verdade absoluta só Deus a possui e a vai revelando ao homem na medida em que este esteja apto para a conhecer.

Assim é que os inventores, os cientistas, os pesquisadores, vão descobrindo em cada século novas verdades que se acumulam e fomentam o progresso da humanidade.

É como se fossem juntando os pedaços do grande espelho e conseguissem abranger uma parcela maior.
E assim, a verdade é conquistada graças aos esforços dos homens e não por uma revelação bombástica sem proveito para quem a recebe.


Ademais, depois que a verdade é descoberta, ninguém pode encarcerá-la, nem guardá-la só para si.

Quem experimenta o sabor da verdade, não mais permanece o mesmo. Toda uma evolução nele se opera e uma transformação radical e libertadora é inevitável.

Por vezes a nossa cegueira não nos deixa vê-la, mas ela está em toda a parte, latente, dentro e fora do mundo e é, muitas vezes, confundida com a ilusão.

Retida na consciência humana, é, a princípio, uma chispa que as forças do auto conhecimento e do auto aperfeiçoamento transformarão numa estrela fulgurante.

A verdade emancipa a alma e completa-a. Infinita, vitaliza o microcosmo e expande-se nas galáxias.

Vibra na molécula, agiganta-se no espaço ilimitado, e encontra-se ao alcance de todos.

É perene e existe desde todos os tempos e sobreviverá ao fim das eras.

A verdade é Deus. E para a penetrar faz-se necessário diluir-se em amor como os grãos de açúcar num cálice de água em movimento.

Só agora podemos compreender o motivo pelo qual Jesus se calou quando Pilatos Lhe perguntou:

- “O que é a verdade?”
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A verdade é luz que se expande.

Aquece sem queimar e vivifica sem produzir cansaço.

A meditação facilita-lhe o contacto, a oração aproxima o homem da sua matriz e, a caridade, propicia a convivência com ela.

A humildade abre-lhe a porta para que adentre no coração do homem e a fé facilita-lhe a hospedagem nos sentimentos.
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Nota final:
Veja quem tiver olhos de ver e, ouça, quem tiver ouvidos de ouvir!
Guerreiro da Luz