quinta-feira, março 30, 2006

DALAI LAMA

Recebi de:
http://somostodosum.ig.com.br

“Onde quer que eu vá, sempre aconselho as pessoas a serem altruístas e bondosas. Tento concentrar toda a minha energia e força espiritual na disseminação da bondade. É o que há de mais essencial.”
Tenzin Gyatso, o 14° Dalai Lama

Foi meu pai, eterno apaixonado por história, que me falou pela primeira vez sobre o Dalai Lama.

Eu era um menino de cinco ou seis anos, mas lembro-me que me apaixonei pela incrível aventura de um outro garoto de quinze anos, filho de camponeses... garoto que tinha sido escolhido de uma forma que podia, então, ser considerada inacreditável: os monges mais velhos tinham-no finalmente "encontrado" como reencarnação de um Lama anterior e empossado como líder espiritual e político de uma distante e soberana nação montanhosa no Himalaia, o Tibet.

Nação que acabava de ser brutalmente invadida e anexada à China pelas tropas de Mao Tse Tung, em absoluta violação das leis internacionais. Nenhuma nação de expressão mundial se insurgiu na época – e muito menos agora – contra esta sangrenta ocupação de uma nação soberana e pacífica, abuso que continua sem solução até hoje visto a importância comercial da China, que coloca em último plano a lei da soberania internacional dos estados e os direitos humanos como um todo.

Pouco se ouvia falar dele, sob a rígida censura chinesa, sendo obrigado a viver recluso no seu próprio palácio. Poucos anos depois participou de uma fuga espectacular pelas geleiras do Himalaia, conseguindo finalmente asilo em Dharamsala, no norte da Índia, onde instalou o seu governo de exílio, construiu escolas para transmitir os milenares ensinamentos budistas e de onde iniciou sua peregrinação mundial em prol da libertação do Tibet, da paz e da amizade entre os povos.

Sou dos que comemoraram este facto – a fuga para a liberdade – como se fosse o fim de uma guerra mundial e, a partir deste momento, nunca mais deixei de acompanhar, com cada vez mais entusiasmo, sua história extraordinária que lhe valeu o premio Nobel da Paz de 1989.

O que me encanta neste ser de Luz é a simplicidade, a alegria, a enorme e contagiante compaixão que o deixa à vontade em qualquer momento, em qualquer nação, com qualquer pessoa, seja ela humilde ou poderosa. Sua capacidade de motivar as pessoas e mostrar a elas o rumo da Unidade, do perdão, da acção pacífica e respeitosa é absolutamente ímpar.

Sua imagem mais recorrente na mídia é no momento em que ele cumprimenta as pessoas, curvando-se com as mãos juntas na altura do peito, enviando energia de amor a partir do coração, reconhecendo e saudando o Deus que existe no outro.

Descobri apenas recentemente que o nome Dalai Lama, na linguagem tibetana, significa "Oceano de Sabedoria" e sinto que este conceito se encaixa tão bem nesta lenda viva de 70 anos que, no meu entender, manifesta o verdadeiro líder mundial de nosso tempo, acossados como estamos por uma horda, um bando de governantes hipócritas e desqualificados. Indivíduos falsos e cínicos que dirigem a humanidade de forma ambiciosa, egoísta e catastrófica, aproximando-nos perigosamente do caos total e até da destruição do Planeta.

Não é por acaso que o Tibet, talvez o único país no mundo governado pela justiça, a fraternidade e o amor incondicional foram sumariamente aniquilados. A lei do mais forte, ainda. A lei que diz que os aspectos económico/comerciais são sempre os que mais contam; custe o que custar.

Mas, não obstante esta dolorosa situação na qual se encontra seu povo, o exilado Dalai Lama continua firme na sua corajosa missão que o coloca de facto como líder mundial na defesa dos direitos humanos e da paz mundial.

Mantendo o farol da dignidade, da verdade, transmitindo a quem tem ouvidos para ouvir que, sem a harmonia e a congregação dos povos, a paz da alma não poderá ser atingida e que os meios para reconectar a humanidade só podem ser pacíficos e que exigem esforço, coragem e sacrifício.

Ensinando e mostrando como cada aspecto do nosso sofrimento – dor, infelicidade e até envelhecimento e morte – tem suas raízes no desconhecimento de nossa natureza verdadeira.

Teremos finalmente a oportunidade de estarmos perto dele e sentirmos sua amorosa energia ao vivo, no final de Abril, durante a sua intensa programação de três dias aqui em São Paulo.

Vamos nos encontrar no dia 29 de Abril, sábado, na esquina da Av. Pedro Álvares Cabral com Rua Abílio Soares, em frente ao Parque do Ibirapuera (vagas ilimitadas com entrada franca) para compartilharmos essa energia de amor incondicional, de que estamos todos necessitados.

Acesse: http://www.dalailama.org.br/programacao

quarta-feira, março 29, 2006

MINISTÉRIO DO AUXÍLIO

Foto: Médium Divaldo Pereira Franco

A caravana volumosa dos que retornam prossegue, ininterrupta, em marcha crescente.

Incontáveis passageiros volvem ao porto de origem, assinalados pelos descalabros em que tombaram.

Inúmeros anestesiados, quando na matéria, olvidaram-se dos compromissos que assumiram.
Diversos, utilizando-se do corpo, menosprezaram o património da vida.


Alguns, advertidos quanto aos deveres a cumprir, negaram, eximindo-se da responsabilidade.

Vários, convocados directamente ao programa dignificador, apresentaram-se rebeldes e queixosos.

Um número sem conta conheceu a informação da verdade, porém preferiu o prazer do engodo.

Somente poucos sentiram a imperiosa necessidade de servir e de amar.

Aclarados pelo bem, fizeram-se cooperadores da verdade.

Sensibilizados pelo amor, colocaram óleo na engrenagem do serviço, a fim de não se enferrujarem na inutilidade.

Compreendendo a transitoriedade do corpo, quais formigas previdentes, acumularam valores que transferiram para após a invernia da morte e despertam amparados pelos actos.

A caravana, porém, dos desajuizados e imprudentes, dos combalidos e enfermos, convida-nos à compaixão sem censura, à caridade sem admoestação, ao socorro sem imposição de natureza alguma.

Esgravatar-se uma ferida aberta em chaga viva, não constitui terapia de cura.

Colocar ácido num corte recém-aberto, jamais significa atendimento valioso.

Só o penso do amor como unguento de misericórdia, colocados no algodão da discrição que, atendendo uns e minorando aflições de outros, realizam o ministério do auxílio fraternal.

A vida, que se desdobra em múltiplas facetas na organização carnal ou fora dela, é um todo em harmonia com os códigos da Lei Divina.


Disputemos, na conjuntura em que nos encontramos, a honra do ideal de servir sem a preocupação exigente de penetrar nas causas do sofrimento, mas ungidos pelo zelo prudente de lhes modificar as estruturas aflitivas.

O Senhor, que nos conhece desde o princípio, ajuda-nos sempre, através das doações gratuitas do amor que se manifesta de mil modos, conduzindo-nos até Ele.

Façamos, então, a nossa parte conforme as possibilidades que desfrutemos junto aos irmãos desencarnados em agonia.

(De "Intercâmbio mediúnico", de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito João Cléofas)

terça-feira, março 28, 2006

NO TRATO COMUM...













"...Nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe e, por meio dela, muitos sejam contaminados." – PAULO. (Hebreus, 12:15.)

É razoável estarmos sempre cautelosos a fim de não estendermos o mal ao caminho alheio.


Os outros colhem os frutos de nossas acções e oferecem-nos, de volta, as reacções consequentes.

Daí, o cuidado instintivo em não ferirmos a própria consciência, seja policiando atitudes ou seleccionando palavras, para que vivamos em paz à frente dos semelhantes, assegurando tranquilidade a nós mesmos.

Em muitas circunstâncias, contudo, não nos imunizamos contra os agentes tóxicos da queixa.

Super estimamos os nossos problemas, supomos as nossas dores maiores e mais complexas que as dos vizinhos e, amimalhando o próprio egoísmo, cultivamos indesejável raiz de amargura no solo do coração.

Daí brotam espinhos mentais, susceptíveis de golpear quantos convivem connosco, na actividade quotidiana, envenenando-lhes a vida.

Quantas sugestões infelizes teremos coagulado no cérebro dos entes amados, predispondo-os à enfermidade ou à delinquência com as nossas frases irreflectidas!

Quantos gestos lamentáveis terão vindo à luz, arrancados da sombra por nossas observações vinagrosas!

Precatemo-nos contra semelhantes calamidades que em nós se instalam nas tarefas do dia-a-dia, quase sempre sem percebermos.

Esqueçamos ofensas, discórdias, angústias e trevas, para que a raiz da amargura não encontre clima propício no campo em que actuamos.

Todos necessitamos de felicidade e paz; entretanto, felicidade e paz solicitam amor e renovação, tanto quanto o progresso e a vida pedem trabalho harmonioso e bênção de sol.

In: “CEIFA DE LUZ” (Médium: Francisco Cândido Xavier/Espírito: Emmanuel)

segunda-feira, março 27, 2006

IGUALDADE


O mal da igualdade é que a queremos somente com os nossos superiores. (H. Becque)

Cumpre-nos indagar o que buscamos quando lutamos pela igualdade. Certamente que somos todos iguais, na função directa da palavra, pois que somos todos filhos de Deus.

Somos todos iguais perante o Criador, mas nunca somos iguais quanto ao que se fala sobre a nossa posição espiritual. Cada criatura encontra-se em escala evolutiva diferente; portanto, respira de modo diferente, no que se relaciona à sua paz. Os portes espirituais são diversos, porque diversas são as suas dinâmicas de vida.

Nunca somos iguais no que aprendemos ou despertamos. Há sempre diferença no aprendizado e na aquisição das experiências. No fundo, somos todos idênticos, mas, na expressão de conhecimentos, temos diferenciações inúmeras, que nos colocam em posições diferentes uns dos outros. Temos uniformidade de princípios, mas não estabilidade semelhante. Essa é a grandeza da criação: é na desigualdade que encontramos quem nos ensina e quem aprende connosco; e nessa troca de experiências Deus opera, infundindo-nos o amor e a sabedoria imortal.

A uniformidade faz parte da harmonia que tanto desejamos; no entanto, nada no mundo tem uniformidade perfeita; há sempre diferenças, mesmo que sejam pequenas, e talvez seja isso que dá o encanto em toda a extensão do infinito; tudo o que nos parece ser igual, verdadeiramente não o é, assim como não existe na acepção da palavra a linha recta, pois, por mais recta que seja, ela evidencia sinuosidades.

Analisemos, pois por muito que pareçam, não são todas iguais; ao contrário, todas são diferentes umas das outras. Assim as árvores, as pedras, os animais, como e certamente os homens. Mesmo as palavras que pronunciamos, em qualquer faixa de vida, apresentam desigualdades; se por ventura pronunciarmos uma só palavra do berço ao túmulo, nunca falaremos duas delas iguaizinhas: há sempre modificações em toda a sua estrutura, da fonação da voz às vibrações do éter.

Importante lembrar que no campo das posições materiais nunca seremos também iguais; não obstante, queremos sempre ser iguais aos que têm muitas posses, e nunca nos igualar aos que nada possuem.

Trabalhar para igualar pode ser instigação da avareza, ou então, a subjugação da inveja. Porém, devemos esforçar-nos todos os dias para copiar as virtudes dos grandes personagens da História, lembrando sempre de conferir todas elas, com as que Jesus ensinou.

Trabalhemos para a conquista de todo o bem que possa haver, sem pretensão de nos igualar a alguém, por vaidade. Vamos ser o que somos, mas sempre nos esforçando para sermos melhores, sem menosprezarmos quem viaja connosco no caminho.

Cultivemos a obediência, porque sempre temos superiores para obedecer, e a humildade para ensinar, sem humilhar ninguém.

(De: "SABEDORIA - a lei de Deus no pensamento dos homens", de João Nunes Maia, pelo Espírito Maria Nunes)

RECURSOS

"...Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza, porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui." – JESUS. (Lucas, 12:15.)

Frequentemente, quando nos referimos à propriedade, recordamos, de imediato, posses e haveres de expressão material e reconstituímos na lembrança a imagem dos nossos amigos que carregam compromissos, com a fortuna terrestre, como se eles fossem os únicos responsáveis pelo equilíbrio do mundo. Entretanto, assim agindo, escorregamos inconscientemente para a fuga de nossos próprios deveres, sem que isso nos isente das obrigações assumidas.

Simbolicamente, todos retemos capitais a movimentar, uma vez que, em cada estância regeneradora ou evolutiva em que nos encontremos, somos acompanhados por valiosos créditos de tempo, através dos quais a Divina Providência nos considera iguais pela necessidade e, simultaneamente, nos diferencia uns dos outros pela aplicação individual que fazemos deles.

Somos todos, desse modo, convocados não apenas a empregar dinheiro, mas também saúde, condição, profissão, habilidade, entendimento, cultura, relações e possibilidades outras de que sejamos detentores, em favor dos outros, porquanto pelas nossas próprias acções somos valorizados ou depreciados, enriquecidos ou podados nos nossos recursos pela Contabilidade da Eterna Justiça.

Permaneçamos, assim, atentos às menores oportunidades de ajudar que se nos ofereçam, na experiência quotidiana, aproveitando-as, quanto possível, porque, se as nossas reservas de tempo estão sendo realmente depositadas no Fundo de Serviço ao Próximo, no Banco da Vida, a Carteira do Suprimento Espontâneo enviar-nos-á, estejamos onde estivermos, os dividendos de auxílio e felicidade a que tenhamos direito, sem que haja, de nossa parte, nem mesmo a preocupação de sacar.

In: “CEIFA DE LUZ” (Médium: Francisco Cândido Xavier/Espírito: Emmanuel)

sexta-feira, março 24, 2006

ENCARGOS

Foto: Emmanuel

"A manifestação do Espírito é concedida a cada um, visando um fim proveitoso." – PAULO. (I Coríntios, 12:7.)

Cada individualidade encontra na reencarnação um quadro de valores potenciais de trabalho, análogos àqueles que a pessoa recebe quando é favorecida por um cargo determinado.


Assim, como o obreiro é indicado para integrar a tabela nominativa de certa repartição, com atribuições específicas, também nós, quando nos dirigimos para a esfera física, recolhemos semelhante designação; somos como que nomeados para servir em determinado sector de actividade e, consequentemente, colocados na equipe de familiares e companheiros que nos possibilitam a execução da tarefa.

Mas, se a obtenção do cargo resulta de concessão ou de ordem do Plano Superior, o aproveitamento do encargo depende do interessado em desenvolver ou consolidar os próprios méritos.

Em face disto, precisamos considerar que todos possuímos o talento da capacidade para investir na edificação do bem, onde estivermos.

Ninguém está órfão de oportunidade.

Em toda a parte, há serviço para prestar e o melhor para fazer.

Observa em torno de ti e ouvirás múltiplos chamamentos à obra do progresso geral.

Ninguém está privado do ensejo de auxiliar o próximo, elevar, consolar, instruir, renovar.

Não te detenhas.

O amparo do Senhor é concedido a cada ser humano, visando o proveito de todos.

Considera a indicação que recebeste para servir, segundo as possibilidades que te enriquecem o coração e as mãos.

O cargo vem à nossa esfera de acção, por efeito da Providência Divina, mas a valorização do encargo parte e depende de nós.

In: “CEIFA DE LUZ” (Médium: Francisco Cândido Xavier/Espírito: Emmanuel)

quinta-feira, março 23, 2006

COMPROMISSO PESSOAL














"Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus." - PAULO. (I Coríntios, 3:6.)

Que não haja personalismo dissolvente na lavoura do espírito.

Como ocorre num qualquer campo terrestre, cultivador algum, na gleba da alma, pode gabar-se de tudo fazer nos domínios da sementeira ou da colheita.

Após o esforço de quem planta, há quem siga o nascimento do vegetal, quem o auxilie, quem o corrija, quem o proteja.

Pensando, porém, no impositivo da descentralização, no serviço espiritual, muitos companheiros fogem à iniciativa acerca das construções de ordem moral que nos competem.

Muitos deles, convidados a compromissos edificantes, neste ou naquele sector de trabalho, afirmam-se inaptos para a tarefa, como se nunca devêssemos iniciar o aprendizado do aprimoramento íntimo, enquanto que outros asseveram, quase sempre com ironia, que não nasceram para serem líderes.

Os que assim procedem costumam relegar para Deus comezinhas obrigações no que tange à elevação, progresso, devotamento ou melhoria, mas as leis do Criador não isentam nenhuma criatura do dever de colaborar na edificação do bem e da verdade, em favor de si mesma.
Vejamos a palavra do Apóstolo Paulo, quando já conhecia os problemas do auto-aperfeiçoamento, ao referir-se à evangelização:


"Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus."

A necessidade do devotamento individual à causa da Verdade transparece, clara, de semelhante conceito.

Sabemos que a essência de toda actividade, numa lavra agrícola, procede, originariamente, da Providência Divina.

De Deus vêm a semente, o solo, o clima, a seiva e a orientação para o desenvolvimento da árvore, como também dimanam de Deus a inteligência, a saúde, a coragem e o discernimento do cultivador, mas somos nós os obrigados a reconhecer que alguém deve plantar.

In: “CEIFA DE LUZ” (Médium: Francisco Cândido Xavier/Espírito: Emmanuel)

quarta-feira, março 22, 2006

FÉ E CULTURA!

"Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões," – PAULO. (Romanos, 14:1.)

Indubitavelmente, nem sempre a fé acompanha a expansão da cultura, tanto quanto nem sempre a cultura consegue altear-se ao nível da fé.


Um cérebro vigoroso pode elevar-se a prodígios de cálculo ou destacar-se nos mais entranhados campos da emoção, portas adentro dos valores artísticos, sem entender bagatela de resistência moral diante da tentação ou do sofrimento.

De modo análogo, um coração fervoroso é susceptível das mais nobres demonstrações de heroísmo perante a dor ou da mais alta reacção contra o mal, patenteando manifesta incapacidade para aceitar os imperativos da perquirição ou dos requisitos do progresso.

A Ciência investiga.

A Religião crê.

Se não é justo que a Ciência imponha directrizes à Religião, incompatíveis com as suas necessidades do sentimento, não é razoável que a Religião obrigue a Ciência à adopção de normas inconciliáveis com as suas exigências do raciocínio.

O equilíbrio ser-nos-á clima de entendimento em todos os assuntos que se relacionem com a Fé e a Cultura, ou estaremos sempre ameaçados pelo deserto da descrença ou pelo charco do fanatismo.

Auxiliemo-nos mutuamente.

Na sementeira da fé, aprendamos a ouvir com serenidade para falar com acerto.

Diz o Apóstolo Paulo: "Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões."

É que para chegar à cultura, filha do trabalho e da verdade, o homem é naturalmente compelido a indagar, examinar, experimentar e teorizar, mas, para atingir a fé viva, filha da compreensão e do amor, é forçoso servir. E servir é fazer luz.

In: “CEIFA DE LUZ” (Médium: Francisco Cândido Xavier/Espírito: Emmanuel)

domingo, março 19, 2006

APEGO

"Porquanto nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele." (I Timóteo, 6:7)

Na condição de Espírito, inspiramo-nos no Evangelho do Divino Mestre e nos Seus discípulos. Ao reencarnarmos, nada trazemos para o mundo físico de bens transitórios, e quando retornamos à pátria espiritual, através da desencarnação, somente nos acompanham os valores internos, o tesouro imperecível do coração.

Aos que estão a estagiar na carne, necessário se faz usar o ouro do mundo naquilo em que ele possa ser útil, para não alterar a consciência no que tange ao enervamento espiritual.

Os bens do mundo são lícitos, desde que o seu emprego seja nas directrizes que o discernimento determinar, pelas bênçãos da caridade.

O apego escraviza-nos, não só no que toca aos bens perecíveis, mas, também, no que se refere ao amor-próprio mesclado de egoísmo, que muitas vezes nos inspira para a posse de outras criaturas. A amizade não exige mas, se exigir, abre a mesma frequência para que o exigido passe a exigir.

Façamos o balanço dos nossos poderes internos, adquiridos nas lutas de cada dia, e procuremos Cristo, para que Ele nos possa ensinar a renunciar, quando esse gesto for útil a alguém ou à colectividade; o desapego sem utilidade é desperdício de virtude e desgaste dos sentimentos. O amor, nas linhas de Jesus, mostra-nos um dever mais apurado.

Usemos os bens materiais com justiça, em relação aos outros, para não enfraquecer a nossa tranquilidade interna. Paulo, na sua primeira carta a Timóteo, não se esquece de nos alertar a todos, lembrando-nos que ao nascermos não somos portadores de bens materiais, e quando voltamos ao mundo de onde viemos, nada levamos das coisas perecíveis.

Se a usura inverter as tuas ideias de amor para o egoísmo, de desprendimento para o apego, de humildade para o orgulho, para quem ficará teu dinheiro, se não deixaste circular o que poderia ter sido útil, quando amanhã o Senhor te chamar? E a consciência, ante o tribunal divino?

Toda a riqueza é de Deus, bem sabemos, mas na Terra está ela sob o comando do Cristo, para que com Ele, possas aprender a lição do bom uso.

Não há imposição para ninguém na nossa fala, porém, uma conversa livre, para que pensemos além dos assuntos comuns, que nos vêm à mente toda hora, e, neste assunto, devemos ouvir novamente Paulo:

“Porquanto nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele.”

(De "Páginas Esparsas 1", de João Nunes Maia, pelo Espírito Miramez)

quarta-feira, março 15, 2006

O TODO é Pai-Mãe do Universo!

Foto: Prof. Wagner Borges

"O TODO é Pai-Mãe do universo. Ele está em tudo!
Tudo é Ele! Respire-O...
Ame-O... no seu coração.
Na plenitude da vida, pulsa o Absoluto.
Sinta a pulsação Dele no seu coração.
Ele é o seu Hierofante. Ele é o seu Mestre.
Capte a Luz e aprenda as lições, em espírito e verdade.
E, depois, leve-as aos homens da Terra, para os devidos esclarecimentos.
Fale e escreva, abertamente, pois o templo do TODO é em tudo!
Todo o caminho é a senda Dele. Onde você puser o pé, aí Ele estará.
Todo o ser vivo é seu próximo. Todos os seres são eternos neófitos do TODO.
Os seus mentores são a Luz e o Amor. Escute-os, no coração, em espírito.
Os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade são para todos.
Verta os temas espirituais entre os homens, abertamente, com clareza e alegria.
Trabalhe e entregue os frutos de seu trabalho ao TODO, que é a sua FONTE.
Somente o TODO é que sabe quem são os iniciados em espírito e verdade.
Quem é iniciado assim, porta a luz nos olhos e o amor nos actos.
Que homem ou grupo da Terra poderá mensurar a espiritualidade de alguém?
A senda espiritual é no TODO, gerador de todas as sendas, nos corações justos."
Aprendi isso fora do corpo, em espírito e verdade.
Desde então, o olho espiritual acompanha-me e protege-me, sem que ninguém veja.
É Ele que me inspira a amar, a trabalhar, sorrir e a seguir...
Paz e Luz.
São Paulo, 14 de Fevereiro de 2006.
- Nota:
* Hierofante: no contexto esotérico das iniciações antigas, era o mestre que submetia o neófito às provas iniciáticas.


Por: Prof. Wagner Borges

terça-feira, março 14, 2006

PERGUNTAS PERTINENTES...

Perguntas pertinentes, entre muitas, que eu faço, que eu tenho de fazer, sempre, a mim mesmo:

- Quem sou Eu?
- De onde vim?
- Que ando EU por aqui a fazer?
- Que devo Eu fazer a bem de minha Felicidade?
- Amar para ser amado?
- Ajudar para ser ajudado?
- Compreender para ser compreendido?
- Tolerar para ser tolerado?
- Perdoar para ser perdoado?
- Comparticipar para poder ser comparticipado?
- Eu vim ontem e, hoje, vivo o que então, semeei?
- Voltarei Eu amanhã novamente para continuar este sumário?
- Até quando devo eu voltar?
- Sei que sou filho físico de meus Pais terrenos, mas… minha Alma (sei que Sou UMA), de quem é filha?
- Sim, o Eu que Eu Sou e que vive além da morte, de quem é filho?
- Se Sou, enquanto isso, filho de Deus, para que me criou Ele?
- Que Quer Deus de Mim?
- Que Quer Deus de nós?
- Deus necessita de algo meu?
- Deus necessita de algo de nós?
- O QUÊ?
- Que resultado desejo eu ter e fruir em minha Vida, que me faça viver em DEUS?

***
Numa Humanidade que se diz tão tecnológica, tão erudita, tão culta em ciência…
Olhando à minha volta, face a tanta religião que, absolutamente, vão falindo em valores e dignidade espirituais, por tanta vaidade, por tanta mediocridade, ouso, dignamente, perguntar:

- Porque existem crimes cada vez mais violentos!?
- Porque bebés e crianças são violentados e mortas por seus próprios familiares!?
- Porque a pobreza e a fome são cada vez mais manifestas!?
- Porque a justiça é tão lenta!?
- Porque lucros tão fabulosos em algumas empresas, cujos sectores nunca deveriam ter saído da tutela do ESTADO!?
- Porque continuam os salários de fome!?
- Porque alguns Países são prósperos e outros mergulham na miséria!?
- Porque Bolsas (mercado de capitais) com lucros e perdas!?
- Porque despesas ultra milionárias com os meios de Defesa!?
- Porque Terrorismo cruciante que nada mede ou perdoa!?
- Porque Guerras estúpidas a soldo de uma brutalidade que se radica e justifica, cobardemente, numa pretensa vontade de DEUS!?
- QUEM SE ENGANOU E CONTINUA A ENGANAR-SE, ENGANANDO!?

***
Enfim… um rol de misérias humanas que se espraia neste lindo Planeta Azul… que em nada contribuem para a minha (nossa) felicidade!
Razão tem, mais uma vez, Neale Donald Walsch em seu Livro: “O QUE DEUS QUER”.

Mais um de sua vasta colectânea: “Conversas com DEUS”.

segunda-feira, março 13, 2006

CIVILIZAÇÃO E REINO DE DEUS

"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus respondeu-lhes:
- Não vem o reino de Deus com aparências exteriores." (Lucas, 17:20.)

A Terra de hoje reúne povos de vanguarda na esfera da inteligência.

Cidades enormes são usadas, à feição de ninhos gigantescos de cimento e aço, por agrupamentos de milhões de pessoas.

A energia eléctrica assegura a circulação da força necessária à manutenção do trabalho e do conforto doméstico.

A Ciência garante a higiene.

O automóvel ganha tempo e encurta distâncias.

A imprensa e a radiotelevisão interligam milhares de criaturas, num só instante, na mesma faixa de pensamento.

A escola abrilhanta o cérebro.

A técnica orienta a indústria.

Os institutos sociais patrocinam os assuntos de previdência e segurança.

O comércio, sabiamente dirigido, atende ao consumo com precisão.

Entretanto, estaremos diante de civilização impecável?

À frente desses empórios resplandecentes de cultura e progresso material, recordemos a palavra dos instrutores de Allan Kardec, na base da Codificação do Espiritismo.

Perguntando-lhes: "por que indícios se pode reconhecer uma civilização completa", através da Questão nº 793, constante de "O Livro dos Espíritos", deles recebeu a seguinte resposta:

"Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral.
Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens.
Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de vos dizerdes civilizados, senão quando da vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando viverdes, como irmãos, praticando a caridade cristã.
Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização."

Espíritas, irmãos!

Rememoremos a advertência do Cristo, quando nos afirma que o reino de Deus não vem até nós com aparências exteriores; para o edificar, não nos esqueçamos de que a Doutrina Espírita é luz nas nossas mãos.

Reflictamos nisso.

In: “CEIFA DE LUZ” (Médium: Francisco Cândido Xavier/Espírito: Emmanuel)

quarta-feira, março 08, 2006

NÃO PODEMOS CONFUNDIR!!!

Uma coisa será: Direitos Próprios Inalienáveis; outra bem diferente será: Abuso de Direito que não se possui!

Hoje, 8 de Março de 2006, dia Internacional da Mulher, mais uma vez se presenciou as reivindicações das Mulheres (ainda têm de reivindicar Direitos plasmadas no Ordenamento Jurídico Divino), na defesa do que, por via de tal Direito, lhes é Sagrado, ou seja, sua natural e normal Igualdade, em tudo, ao Homem.

Tarda ao Homem reconhecer, e à Mulher viver, suas inequívocas Igualdades em Direitos, quaisquer que sejam seus níveis de vida e/ou estatuto social, posto que, a bem da Verdade, nem um nem o outro está ou deve estar acima de seu companheiro, seja, tal companheiro, ele ou ela.

Se à Política e à Religião – ambas se subsumem ou integram uma na outra sem, todavia, se confundirem – tardam em isto saber, compreender e apreender, só o podemos e devemos, ainda, lamentar!

Se a Mulher defende o que é seu por força natural, uma única atitude e acção devemos ter:

- Apoiá-la nessa sua legítima luta, reconhecendo-lhe, outorgando-lhe e garantindo-lhe o que nunca lhe devia ter sido negado: Igualdade Plena face ao Homem!

Mas, vir a Mulher, neste seu dia Internacional, misturando valores que jamais se podem caldear, reivindicar ter direito a poder abortar, como se o acto de abortar fosse um acto natural, ou, pior que isso, arguindo que tal prerrogativa se inscreve nos seus Direitos, fazendo parte, portanto, dessa sua igualdade e/ou liberdade, é… no mínimo, defender absurdos e comparar incomparáveis, juntando no mesmo saco o lícito com o crime.

Já aqui afirmámos que o único macho que viola a sua fêmea é, lamentavelmente, o Homem. Sim, isso não se verifica no reino animal menor, dito irracional.

Sabendo que não, parece que a mulher, ao defender teimosamente o absurdo do aborto, que apenas por ignorância pode confundir como sendo um de seus Direitos, deseja que o acto criminoso da violação continue a ser praticado, necessariamente, contra si.

Ou será que o Homem e a Mulher ainda não deram conta que a prática voluntária e normal de sexo, sem que ninguém seja objecto ou ‘coisa’ de outrem, é um acto humano-divino, que os une, ad infinitum, através da Energia que dele flui, a qual se necessita e se reconhece como sendo: AMOR!?

Façamos a necessária reflexão.

segunda-feira, março 06, 2006

CONSCIÊNCIA E CURA

O que terá a ver a Consciência com a Cura? Somos prevenidos e pagamos os nossos planos de saúde; quando estamos doentes vamos ao médico ou tomamos um remédio; se a coisa piora buscamos um tratamento alternativo ou uma cura espiritual. Onde entra a Consciência?

Regra geral, ainda vemos a cura como uma intervenção externa e não como um processo de auto correcção interno. Muitas vezes defendemos uma teoria holística maravilhosa, corremos atrás de um “bom” especialista ou de um diagnóstico “confiável” nos momentos de crise, mesmo sem fé no velho paradigma que sustenta tudo isso.

Se a Consciência é o que ressalta neste milénio, porque temos tanta dificuldade em integrar este conceito na nossa vida prática? Porque hesitamos tanto em reconhecer que possuímos um poder fantástico dentro de nós, que é tempo de aprender a utilizá-lo? Atribuímos o poder de curar ao psicoterapeuta, ao médico, aos remédios, ao curandeiro, aos espíritos, aos gurus, mas não damos conta que somos nós que autorizamos a nossa própria cura, venha ela de onde vier. Quando o paciente não se quer curar, não adianta qualquer método ou intervenção terapêutica. Significa isto, então, que existe uma instância de auto consciência que diz sim ou não, seja à cura, seja à doença.

Sobre este potencial que todos nós possuímos, disse um dia o médico espiritualista Albert Schweitzer: “Cada paciente tem o seu próprio médico dentro de si. Este paciente procura-nos sem saber dessa verdade. O melhor que fazemos é dar ao médico que reside dentro de cada paciente a chance de trabalhar”.

Este “médico interno” é a Consciência. Colocá-lo a trabalhar é tirar o ego do comando e entregar tudo àquela instância misteriosa que alguns chamam de Providência Divina, outros de inconsciente e outros ainda de “cura quântica”. Nomes diferentes para uma só realidade. Mas, em qualquer um dos casos, é muito difícil essa entrega. Exige de nós nada menos do que uma mudança radical de visão.

Quando o “movimento” Transpessoal se expandiu para além dos muros universitários americanos, na década de 70, seu método incorporou o conhecimento de antigas tradições orientais e, ao mesmo tempo, encontrou apoio teórico nas modernas descobertas da física quântica. Aquilo que os místicos de todos os tempos diziam a respeito da união com Deus, os neuro cientistas confirmavam falando sobre a integração entre os dois hemisférios cerebrais, sobre o “salto quântico” do pensamento, sobre o caminho hormonal das emoções, etc. Na confluência das duas linguagens, a Transpessoal teve o mérito de sistematizar vivências que poderiam facilitar o difícil percurso que vai da consciência pessoal e individual a uma instância muito mais abrangente e totalizante, que vai além da pessoa, do indivíduo, do ego.

O que é que tudo isto tem a ver com Cura? Tudo! Pois, o maior problema que encontramos para colocar em acção a Consciência curadora que somos é, justamente, o obstáculo representado pela “pequena’ consciência do ego com o qual nos identificamos, e que “pensa” que não sabe, que não pode, que não é capaz, que é perigoso, que o outro é que sabe, que pode dar errado, e por aí...
O nosso trabalho é ir conduzindo essa “pequena” consciência a um questionamento de seus padrões auto limitantes, mudando o enfoque narcisista da imagem de seu ego, trazendo outras realidades muito mais gratificantes à percepção de si mesmo até ao momento mágico do Oh! Existe algo maior em mim! Eu não sou só isto! Eu sou muito mais do que isto! Eu posso! Eu quero! Eu Sou!


Mas, percebam que em todos esses momentos o Eu que se manifesta é um Eu maior, o Eu Divino. Nesse domínio predominam valores maiores como a compaixão, a tolerância, a serenidade, a solidariedade, o amor, a beleza, a gratidão, a saúde. Esse é o momento da emergência da Consciência (com C maiúsculo). É nítida a diferença da realidade definida pelo nosso “pequeno” eu: egoísmo, intolerância, rivalidade, competitividade, inveja, medo, rancor, sofrimento. A sensação é ou de absoluta impotência ou de absoluta omnipotência. Ambas irreais.

Talvez agora fique mais clara a relação que faço entre a Consciência e a Cura. Entendo que a verdadeira Cura é a emergência da Consciência em nós. Quando Ela nos toma, passamos para uma outra dimensão. Somos curados de nós mesmos.

Mani Alvarez
Psicanalista de orientação Transpessoal

sexta-feira, março 03, 2006

A MESTRA DIVINA

"Estai, pois, firmes..." – PAULO. (Efésios, 6:14.)

Arrancando-nos ao reduto da delinquência, e arrebatando-nos ao inferno da culpa, a que descemos pelo desvario da própria vontade, concede-nos o Senhor a mestra divina, que, apoiada no tempo, se converte na enfermeira de nossos males e no anjo infatigável que nos ampara o destino.


Paciente e imperturbável devolve-nos todos os golpes com que dilaceramos o corpo da vida, para que não persistamos na grade do erro ou nos cárceres do remorso.

Aqui, modela berços entre chagas atrozes com que nos restaura os desequilíbrios do sentimento, ali traça programas reparadores entre os quais padecemos no próprio corpo as feridas que abrimos no peito dos semelhantes.

Agora, reúne nos laços do mesmo sangue ferrenhos adversários que se digladiavam no ódio para que se reconciliem por intermédio de prementes obrigações, segundo os ditames da natureza; depois constrange a carência aflitiva, no lar empobrecido e doente, quantos se desmandaram nos abusos da avareza e da ambição sem limites, a fim de que retomem ao culto da verdadeira fraternidade.

Hoje, refaz a inteligência transviada nas sombras, pelo calvário da idiotia, amanhã, recompõe com o buril de moléstias ingratas a beleza do espírito que os nossos desregramentos no corpo transformam tantas vezes em fealdade e ruína.

Aqui corrige, adiante esclarece, além reajusta, mais além aprimora.

Incansável na marcha, cria e destrói, para reconstruir ante as metas do bem eterno, usando aflição e desgosto, desencanto e amargura, para que a paz e a esperança, a alegria e a vitória nos felicitem mais tarde, no santuário da experiência.

Semelhante génio invariável e amigo é a dor benemérita, cujo precioso poder sana todos os desequilíbrios e problemas do mal.

Recordemos: no recinto doméstico ou na estrada maior, ante os amigos e os desafectos, na jornada de cada dia; quando visitados pela provação que nos imponha suor e lágrimas, asserenemos o próprio espírito e, sorrindo para o trabalho com que a dor nos favorece, agradeçamos a dificuldade, aceitando a lição.

In: “CEIFA DE LUZ” (Médium: Francisco Cândido Xavier/Espírito: Emmanuel)

quinta-feira, março 02, 2006

AS NOSSAS MÃOS

Por: EMMANUEL

Em verdade, há milhares de mãos maravilhosamente limpas no jogo das aparências.

Mãos que se cobrem de jóias valiosas, mas que não se dispõem a partir um pão com o faminto.

Mãos que se agitam vivazes, na mímica dos discursos comoventes, mas que não descem ao terreno de acção para ministrar uma gota de remédio ao doente.


Mãos que assinam decretos e portarias importantes na administração pública, recomendando a ordem e a virtude para os governados, mas que não hesitam em desmantelar os bens colectivos que lhes foram confiados.

Mãos que escrevem páginas admiráveis de literatura, sob a inspiração da gramática, ornada de tesouros artísticos, e que jamais se preocupam com a prática do verbalismo brilhante que produzem.

Mãos que se movimentam em acervos de moedas e notas bancárias, exibindo poder, mas que não cedem o mais leve empréstimo dos recursos em que se demoram, sem pesados tributos ao irmão que suporta espinhosos fardos em escuros caminhos.

Mãos que indicam aos outros o roteiro da salvação e que escolhem a senda escura da maldição para si mesmas.

Realmente, não te esqueças da higiene de tuas mãos, contudo, guarda vigilância para com aquilo que fazes.

Nossas mãos constituem as antenas de amor que, orientadas pelo Evangelho, podem converter a Terra em domínio da luz.

Deixa que os teus braços se integrem no trabalho da verdadeira fraternidade e serás, desse modo, o instrumento vivo da Vontade Divina, onde estiveres, em favor do reinado da paz e da alegria para o engrandecimento do mundo inteiro.

(De: "Mãos marcadas", de Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos)

AFLIÇÃO

"Olhai por vós mesmos..." – JOÃO. (II João, 1:8.)

Cada criatura retoma a Terra com a aflição que diz respeito às lides regeneradoras.

Aflição que nos expressa o passado renascente ou nos define o débito actuante na Contabilidade Divina.

Aqui, é a enfermidade, que o tempo trará inevitável, quando precisa, ao campo de nossos impulsos inferiores.

Ali, é a condição social, repleta de espinhos, em que se nos reajustarão as directrizes e os pensamentos.

Acolá, é o templo doméstico, transformado em cadinho de angustiosos padecimentos, caldeando-nos emoções e ideias, para que a simplicidade nos retome a existência.

Além, é a tarefa representativa em que o estandarte do bem comum exige de nós os mais largos testemunhos de compreensão e renúncia, reclamando-nos integral ajustamento à felicidade dos outros, antes de cogitar de nossa própria felicidade.

Em toda parte, encontra a criatura a aflição quando vista por ensinamento bendito, propondo-lhe as mais belas conquistas espirituais para a Esfera Superior.

Entretanto, se o caminho terreno é a nossa prova salvadora, somos em nós o grande problema da vida, uma vez que estamos sempre interessados na deserção do trabalho difícil que nos conferirá o tesouro da experiência.

Trânsfugas do dever, nas menores modalidades, estamos sempre à caça de consolação e reconforto, disputando escusas e moratórias, com o que apenas adiamos indefinidamente a execução dos serviços indispensáveis à restauração de nós mesmos.

Saibamos valorizar a nossa oportunidade de crescimento para o Mundo Maior, abraçando na aflição construtiva da jornada o medicamento capaz de operar em nós a própria cura ou o recurso susceptível de nos arrojar a mais altos níveis de evolução.

Não bastará sofrer.

É preciso aproveitar o concurso da dor, convertendo-a em roteiro de luz.

Colocados, desse modo, entre as provações que nos assinalam a senda de cada dia, usemos constantemente a chave do sacrifício próprio, em favor da paz e da alegria dos que nos cercam, porque somente diminuindo as provações alheias é que conseguiremos converter as nossas em talentos de amor para as Bem-aventuranças Imperecíveis.

In CEIFA DE LUZ (Francisco Cândido Xavier/Emmanuel)