domingo, dezembro 31, 2006

AUTO - CONTROLE



















Refreia os impulsos, que precedem dos instintos desgovernados, e age sob o comando da razão.

É verdade que o sentimento bom deve derreter o gelo da lógica racional, no entanto, muitas vezes a frieza da emoção ou a sua loucura agressiva necessitam da vigilância do raciocínio.

Cérebro e coração devem actuar juntos, proporcionando as vantagens do equilíbrio e do comedimento, em favor de uma vida sadia.

Ouve com o sentimento e age com a razão, doseando bem a participação de cada um.

Livro: Vida Feliz

Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco

SENTIMENTO

Amigos:
Por: Áulus (1)
Nas nossas relações com o Senhor, com os nossos Semelhantes, com a Vida e com a Natureza, é importan­te lembrar que a nossa própria alma produz os mode­los subtis que nos orientam as actividades de cada dia. Tanto quanto a segurança de um edifício correspon­de ao projecto a que se subordina, o êxito ou o fracasso nos nossos menores empreendimentos correspondem à nossa atitude espiritual.
Sabemos em fotografia que o cliché é a imagem ne­gativa obtida na câmara escura, do qual podemos ex­trair inumeráveis provas positivas. Assim também o pen­samento é a matriz que compomos na intimidade do ser, com a qual é possível criar infinitas manifestações de nossa individualidade.

Mas a formação do cliché depende da película sensí­vel que, no nosso caso, é o sentimento que antecede toda e qualquer elaboração de ordem mental. É imprescindível, então, melhorar sempre e cada vez mais as nossas aquisições de fraternidade, entendimento e simpatia.

A estrela é conhecida pela luz que desprende de si mesma. A presença da flor é denunciada pelo perfume que lhe é característico. A criatura é identificada pelas irradiações que pro­jecta. Sorvemos ideias, assimilamos ideias e exteriorizamos ideias todos os dias.
É imperioso, assim, no nosso intercâmbio uns com os outros, observar os nossos estados sentimentais nas bases de nossas reflexões e raciocínios, como origens de nossa vitória ou de nossa derrota no campo de luta vulgar. Ilustrando o conceito despretensioso, evoque­mos a natureza para simbolizar alguns de nossos sentimentos e clarear, tanto quanto possível, a lição que a ex­periência nos oferece.

O ódio é comparável à hiena, espalhando terror e morte. A inveja é semelhante à serpente que rasteja, emi­tindo raios de venenoso magnetismo. O ciúme parece um lobo famulento, estendendo afli­ção e desconfiança.
A agressividade assemelha-se ao ouriço, arremessan­do espinhos na direcção daqueles que lhe respiram a pre­sença. O amor é comparável ao sol que aquece e ilumina. A compreensão copia a fonte amiga. A tolerância fraterna é qual árvore que serve e ajuda sempre. A gentileza é irmã da música construtiva, desdobran­do consolações e mitigando o infortúnio. O sentimento elevado gera o pensamento elevado e o pensamento elevado garante a elevação da existência.
Sintamos bem, para bem reflectir, assegurando o bem na estrada que fomos convidados a percorrer. Em verdade, o pensamento é a causa da acção, mas o sentimento é o molde vibrátil em que o pensamento e a causa se formam.
Sentindo, modelamos a ideia. Pensando, criamos o destino.
Atendamos à higiene mental, entretanto não nos es­queçamos de que a casa, por mais brilhante e por mais limpa, não viverá feliz sem alimento. E a bondade é o pão das almas. Em razão disso, recomendou-nos o Divino Mestre, em sua lição imperecível: - «Amai-vos uns aos outros como eu vos amei

(1) Trata-se do benfeitor espiritual a que se refere André Luiz no seu livro: "Nos Domínios da Mediunidade". - Nota do organizador.
(Francisco Cândido Xavier por Áulus. In: Instruções Psicofónicas)

domingo, dezembro 10, 2006

DESTINO ESPIRITUAL

A vida de cada pessoa é como um rio correndo para Deus.

No mundo encontrarás quem te fira com os calhaus da ingratidão.

Outros tentarão turvar as águas de teus pensamentos, lançando ideias poluentes.

Por vezes, as dificuldades apertar-te-ão o leito da existência, fazendo surgir as ondas da insegurança.

De outras vezes, depararás com as pedras do desânimo, tentando barrar-te o caminho.

Em todas as situações, porém, continua seguindo, animado, pela correnteza da confiança.

Tudo passará e nenhum obstáculo conseguirá impedir que deságues no oceano do amor total, onde encontrarás a razão do teu destino espiritual.

(De “Mensagem do Dia – de Sheilla para você”, de Clayton B. Levy)

sábado, dezembro 09, 2006

LEMBRANÇAS!


















O mundo em que vivemos é propriedade de Deus.

Devemos agradecer as bênçãos de Nosso Pai Celestial, todos os dias.

O coração agradecido ao Senhor espalha a bondade e a alegria em seu nome.

Jesus rendia graças a Deus, auxiliando o próximo.

A Natureza diariamente glorifica a Divina Bondade, na luz do Sol, na suavidade do vento, no canto das aves e no perfume das flores.

Quem ajuda as plantas e os animais revela respeito e carinho na Criação de Nosso Pai Celestial.

Devo ser bom para com todos, porque Deus tem sido infinitamente bom para comigo, em todas as ocasiões.


Quem trabalha com alegria mostra reconhecimento ao Céu.

Cooperando de boa-vontade com os outros, estaremos a servir a Deus.

Francisco Cândido Xavier. Da obra: Pai-Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei

FIRMEZA DA FÉ!

"E os que estão sobre a pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; mas, comonão têm raiz, apenas crêem por algum tempo, e, na época da tentação, se desviam." - Jesus. (Lucas, 8:13.)


A palavra “pedra”, entre nós, costuma simbolizar rigidez e impedimento; no entanto, convém não esquecer que Jesus, de vez em quando, a ela recorria para significar a firmeza. Pedro foi chamado pelo Mestre, certa vez, a “rocha viva da fé”.

O Evangelho de Lucas fala-nos daqueles que estão sobre a pedra, os quais receberão a palavra com alegria, mas que, por ausência de raiz, caem, fatalmente, na época das tentações.

Não são poucos os que estranham essa promessa de tentações, que, aliás, devem ser consideradas como experiências imprescindíveis.

Na organização doméstica, os pais cuidarão excessivamente dos filhos, em pequeninos, mas a demasia de ternura é imprópria no tempo em que necessitam demonstrar o esforço de si mesmos.

O chefe de serviço ensinará os auxiliares novos com paciência e, depois, exigirá, com justiça, expressões de trabalho próprio.

Reconhecemos, assim, pelo apontamento de Lucas, que nas experiências religiosas não é aconselhável repousar alguém sobre a firmeza espiritual dos outros; enquanto o imprevidente descansa em bases estranhas, provavelmente estará tranquilo, mas, se não possui raízes de segurança em si mesmo, desviar-se-á nas épocas difíceis, com a finalidade de procurar alicerces alheios.

Tudo convida o homem ao trabalho de seu aperfeiçoamento e iluminação.

Respeitemos a firmeza de fé, onde ela existir, mas não olvidemos a edificação da nossa, para a vitória estável.

Francisco Cândido Xavier, Da obra: Caminho, Verdade e Vida.

Ditado pelo Espírito Emmanuel

sexta-feira, dezembro 08, 2006

VIDA FELIZ - PENSAMENTOS











Mantém os teus pensamentos no ritmo de saúde e optimismo.

A mente é dínamo poderoso.

Conforme pensares, assim atrairás respostas vibratórias equivalentes.

Quem cultiva doenças, padece sempre problemas dessa natureza.

Quem preserva a saúde, supera sempre as enfermidades.

Pensa correctamente e serás inspirado por Deus a encontrar as melhores soluções.

O pensamento edificante e bom é também uma oração sem palavras, que é sempre ouvida.

Livro: Vida Feliz
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

VIDA FELIZ - DEUS


















Confia sempre na ajuda divina.

Quando te sentires sitiado, sem qualquer possibilidade de libertação, o socorro chegar-te-á de Deus.

Nunca duvides da paternidade celeste.

Deus vela por ti e ajuda-te, nem sempre como queres, porém, da melhor forma para a tua real felicidade.

Às vezes, tens a impressão de que o auxílio superior não virá ou que chegará tarde demais.

Passado o momento grave, constatarás que o recebeste alguns minutos antes, caso tenhas perseverado na sua espera.

Livro: Vida Feliz
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

SOIS A LUZ!!!

Vós sois a luz do mundo"— Jesus (Mateus, 5:14)

Quando o Cristo designou os seus discípulos, como sendo a luz do mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade na Terra.

A missão da Luz é clarear caminhos, varrer sombras e salvar vidas, missão essa que se desenvolve, invariavelmente, à custa do combustível que lhe serve de base.

A chama da candeia gasta o óleo do pavio.

A iluminação eléctrica consome a força da fábrica.

E a claridade, seja do Sol ou do candelabro, é sempre mensagem de segurança e discernimento, reconforto e alegria, tranquilizando aqueles em torno dos quais resplandece.

Se nos compenetramos, pois, da lição do Cristo, interessados em acompanhá-lo, é indispensável a nossa disposição de doar as nossas forças na actividade incessante do bem, para que a Boa Nova brilhe na senda de redenção para todos.

Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho.

Busquemos o Senhor, oferecendo aos outros o melhor de nós mesmos.

Sigamo-lo, auxiliando indistintamente.

Não nos detenhamos em conflitos ou perquirições sem proveito.

"Vós sois a Luz do mundo" — exortou-nos o Mestre — e a Luz não argumenta, mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina.

(De “Fonte viva”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel)

terça-feira, dezembro 05, 2006

DONATIVO DO CORAÇÃO

Seja a tua palavra clarão que ampare, chama que aquece, apoio que escore e bálsamo que restaure.

Sempre que te disponhas a sair de ti mesmo para o labor da beneficência, não olvides o donativo da coragem!

Auxilia ao próximo por todos os meios correctos ao teu alcance, mas, acima de tudo, ampara o companheiro de qualquer condição ou de qualquer procedência, a sentir-se positivamente nosso irmão, tão necessitado quanto nós da paciência e do socorro de Deus.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Brilhe Vossa Luz
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quarta-feira, novembro 29, 2006

BEM SOFRER...










Aprendendo a sofrer, mentaliza a Cruz do Mestre e reflecte.

Ele era Senhor e fez-se escravo.
Era Grande e fez-se pequenino.
Era a Luz e não desdenhou a imersão nas sombras.
Era o Amor e suportou o assédio do ódio.
Quem o contemplasse do pó de Jerusalém, no dia da grande flagelação, decerto identificá-lo-ia à conta de um delinquente em extrema penúria.

As pregações dele haviam encontrado a sufocação do Sinédrio, sua doutrina caracterizava-se por abominável heresia, seus sonhos de confraternização pareciam aniquilados, seus beneficiários e companheiros vagueavam desiludidos e, por único testemunho de reconforto entre as chagas da morte, não encontrava senão a piedade e o entendimento de um ladrão comum...

Mas quem fixasse com Cristo a multidão, do alto da cruz, reconhecer-lhe-ia a condição de herói vitorioso, porque para o seu olhar a turba fanática não passava de vasto rebanho de irmãos necessitados de auxílio.

Ele viu naqueles que o cercavam, a ilusão da ignorância e percebeu todas as falhas dos perseguidores à maneira de moléstias do espírito, sob a máscara de dominação e falso triunfo...

E sentiu apenas a grande compaixão que lhe nasceu do espírito com a paz inalterável.

Se nos propomos a bem sofrer, procuremos anotar do cimo de nossa cruz aqueles que jornadeiam connosco, carregando madeiros mais pesados que os nossos, acendendo a fraternidade no próprio coração, a fim de que não estejamos órfãos de entendimento.

Compadece-te e auxilia a todos para o bem.

Compadece-te daquele que se acha no oásis do lar, entronizando o egoísmo e compadece-te daqueles que por não possuí-lo se comprazem na revolta!...

Compadece-te dos fortes que oprimem os fracos e dos fracos que hostilizam os fortes!...

Usa o tesouro que o Mestre te confiou por bênçãos de bondade, ao longo do caminho, e serás amparado por aquele a quem ampara, tanto quanto serás curado pelo doente a quem socorres.

Do madeiro de sacrifício, Jesus nos ensina a buscar as bem-aventuranças...

Para bem sofrer, é preciso saber amar e, amando qual o Cristo nos ama, encontraremos na Terra ou no Mais Além a luz interior que nos reunirá para sempre à perenidade da Vida Triunfante.

(De “Abrigo”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

terça-feira, novembro 28, 2006

NO ÚLTIMO DIA...

Horas de angústia e lágrimas transponho...
Chegara, em desespero, o fim do dia.
Caminhando, ao meu lado, a Fantasia
Gritava para mim, no último sonho:

– «A Morte é o Nada e a paz sem agonia!...»
E escutando-a, cansado, os olhos ponho
Além do mundo, no cairel medonho
De horrendo caos, buscando a noite fria...

Era o anelado fim... Súplice avanço
E rogo à Morte a bênção do descanso,
Descendo, em pranto, às trevas abismais.

Mas em lugar das regiões serenas,
Sob nova tortura, encontro apenas
O abutre do remorso e nada mais...


Antero de Quental

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

sábado, novembro 11, 2006

COMO SER RECTO!


















COMO SER RECTO

Porque o Senhor abomina o perverso, mas aos rectos trata com intimidade. P v. 3:32

As primeiras experiências de rectidão devem ser começadas com quem deseja justiça.

Se todos fizerem o mesmo, não será necessário usarmos as mãos para disciplinar os outros.


Exige o quanto puderes da tua própria conduta. A tua vida recta inspira os outros que ainda não pensaram nisso, a fazerem o mesmo que estás a tentar fazer.

O justiceiro deve-se colocar sempre no lugar de quem está a querer aplicar a justiça. Dessa maneira, modificamos logo as nossas intenções.

Quando queremos consertar os outros, é porque há algo errado dentro de nós.

O homem recto com Jesus é sempre benevolente com os semelhantes.

O Senhor está sempre junto ao perverso; ele é que não sente a Sua presença, por estar com os olhos fechados pela ignorância e os ouvidos interrompidos pela violência.

O Espírito que já acordou para a educação e exercita a disciplina em si mesmo, desfruta da intimidade divina, pelo esforço que faz em alcançar o entendimento.

A ideia de rectidão fica muito próxima da agressividade. Deves ter cuidado para que este trabalho não saia do campo íntimo e, mesmo assim, não deves esquecer o bom senso, para não violentar os teus próprios valores.

Lembra-te de que ninguém evolui de um dia para o outro, entretanto, não deixes que essa consciencialização te leve a esquecer de esforçar na senda do teu aperfeiçoamento espiritual.

Converte a tua vida em vida recta, para que a vida de Cristo encontre acesso no teu coração, doando-te a luz do entendimento.

(De "Gotas do Bem", de João Nunes Maia, pelo Espírito Carlos)

sexta-feira, outubro 20, 2006

ORAÇÃO DIANTE DA INJÚRIA...














Foste, ó Cristo, no mundo, o Servidor Sublime,
Perdão e caridade, ungindo a Natureza,
Fizeste da bondade a eterna luz acesa,
Qual estrela em que o Céu se condensa e se exprime;

Ao teu halo de amor, a Terra se redime,
E, entendimento alçado à Divina Grandeza,
Recuperas o fraco, extinguindo a fraqueza,
Salvas o criminoso e consomes o crime!...

Ante as farpas do mal, dá-nos paz e brandura,
Liberta-nos do ódio a alma pobre e insegura,
Rompe-nos os grilhões das heranças medievas...

E faz-nos sentir ao peito humilde e pasmo
Que mais vale gemer sob a cruz do sarcasmo
Que vencer e sorrir sob o aplauso das trevas!...

Lobo da Costa

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

domingo, outubro 15, 2006

QUANTO MAIS















Abençoai sempre as vossas dificuldades e não as lastimeis, considerando que Deus nos concede sempre o melhor e o melhor tendes obtido constantemente com a possibilidade de serdes mais úteis.

Quanto mais auxiliardes aos outros, mais amplo auxílio recebereis da Vida Mais Alta.

Quanto mais tolerardes os contratempos do mundo, mais amparados sereis nas emergências da vida, em que permaneceis buscando paz e progresso, elevação e luz.

Quanto mais liberdade concederdes aos vossos entes amados, permitindo que eles vivam a existência que escolheram, mais livres estareis para obedecer a Jesus, construindo a vossa própria felicidade.

Quanto mais compreenderdes os que vos partilham os caminhos humanos, mais respeitados vos encontrareis uma vez que, quanto mais doardes do que sois em benefício alheio, mais ampla cobertura de amparo do Senhor assegurará a tranquilidade nos vossos passos.

Continuemos a buscar Jesus em todos os irmãos da Terra, mas especialmente naqueles que sofrem problemas e dificuldades maiores que os nossos obstáculos, socorrendo, servindo e sempre mais felizes nos encontraremos sob as bênçãos dele, nosso Mestre e Senhor.
* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade

Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes

quarta-feira, outubro 11, 2006

PALAVRAS DE CARIDADE








O apoio... A simpatia... Uma oração apenas,
Carregada de fé na Bondade Divina...
A bênção do sorriso... A página que ensina
A vencer o amargor das lágrimas terrenas...

O minuto de paz... O auxílio que armazenas,
Na supressão do mal, ao trabalho em surdina...
O bilhete fraterno... Uma flor pequenina...
O socorro... A brandura... As palavras serenas...

A esmola... A roupa usada... O copo de água fria...
O pão... O entendimento... Um raio de alegria...
Um fio de esperança... A atitude sincera...

Da migalha mais pobre à dádiva mais rica,
Tudo aquilo que dás a vida multiplica
Nos tesouros de amor da glória que te espera!...


Auta de Souza

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

segunda-feira, outubro 09, 2006

DE CAMINHO EM CAMINHO


















Segue fazendo o bem.
Provavelmente não te faltarão espinhos e pedras.
Pedras, no entanto, servem nas construções e espinhos lembram rosas.
Não percas a oportunidade de auxiliar.
Se alguém te lança entraves à marcha, não te vincules à ideia do mal. Reflecte na Bondade de Deus e caminha.

Não acuses ninguém.
Compadece-te e age amparando.
Quem te pareça no erro, unicamente haverá estragado em si mesmo o sonho de amor e aperfeiçoamento com que nasceu.

Não gastes tempo medindo obstáculos ou lastimando ocorrências infelizes.
Ouve as frases do bem que te induzem à frente e esquece tudo aquilo que se te representa por apelo à desistência ou desânimo.

Alguns dos minutos das horas de que disponhas, investidos no reconforto aos irmãos emparedados no sofrimento, ser-te-ão contados por créditos de alegria e de paz.
Sê a coragem dos que esmorecem e a consolação dos que perdem a esperança.
Onde encontres a presença da sombra, acende a luz da renovação.
Quando alguém te falarem tribulações do presente, destaca as possibilidades do futuro.

Aos irmãos que te exponham prejuízos de agora, aponta as vantagens que virão.
Estende a própria alma na dádiva que fizeres.
Faz...

Mas não faças com a intenção de te engrandecer.
De tudo quanto ouças e vejas, fales ou faças, prevalece tão-somente o amor que puseres nas próprias manifestações.
Se percebes a vizinhança da tempestade, não te esqueças de que acima das nuvens reina o céu azul. E se te reconheces, dentro da noite, conserva a segurança de tua fé, recordando sempre que o amanhã trará um novo alvorecer.


Extraído do Livro: PALAVRAS DO CORAÇÃO de:

Chico Xavier

domingo, outubro 08, 2006

HUMILDADE

A humildade, por força divina, reflecte-se, luminosa, em todos os domínios da Natureza, os quais expressam, efectivamente, o Trono de Deus, patrocinando o progresso e a renovação.

Magnificente, o Sol, em cada dia, oscula a face do pântano sem clamar contra o insulto da lama; a flor, sem alarde, incensa a glória do céu. Filtrada na aspereza da rocha, a água revela-se mais pura, e, após as grandes calamidades, a colcha de erva cobre o campo, a fim de que o homem recomece a lida.

A carência de humildade, que, no fundo, é o reconhecimento da nossa pequenez diante do Universo, surge na alma humana qual doentio enquistamento de sentimentos, como o orgulho e a cobiça, o egoísmo e a vaidade, que se responsabilizam pela discórdia e pela delinquência em todas as direcções.

Sem o reflexo da humildade, atributo de Deus no reino do “eu”, a criatura sente-se proprietária exclusiva dos bens que a cercam, despreocupada da sua condição real de espírito em trânsito nos carreiros evolutivos e, apropriando-se da existência em sentido particularista, converte a própria alma em cidadela de ilusão, dentro da qual se recusa ao contacto com as realidades fundamentais da vida.

Sob o fascínio de semelhante negação, ergue azorragues de revolta contra todos os que lhe inclinem o espírito ao aproveitamento das horas, já que, sem o clima da humildade, não se desenvencilha da trama de sombras a que ainda se vincula, no plano da animalidade que todos deixamos para trás, após a auréola da razão.

Possuída pelo espírito da posse exclusivista, a alma acolhe facilmente o desespero e o ciúme, o despeito e a intemperança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam perigosas síndromes na vida orgânica, a exprimirem-se na depressão nervosa e no desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos referirmos aos deploráveis sucessos da experiência quotidiana, em que a ausência da humildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos passionais.

Quem retrata em si mesmo os louros dessa virtude quase desconhecida, aceita sem constrangimento a obrigação de trabalhar e servir, em benefício de todos, assimilando, deste modo, a bênção do equilíbrio e substancializando a manifestação das Leis Divinas, que jamais alardeiam as próprias dádivas.

Humildade não é servidão. É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para o bem.

Cultivá-la é avançar para a frente sem se prender, é projectar o melhor de si mesmo sobre os caminhos do mundo, é olvidar todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia...
Reflectindo-a, do Céu para a Terra, em penhor de redenção e beleza, o Cristo de Deus nasceu na palha da Manjedoura e despediu-se dos homens pelos braços da Cruz.


EMMANUEL
(Pensamento e Vida, 24 - F C Xavier)

quinta-feira, outubro 05, 2006

Lei

Reencarnação! Descer de mansão doce e flórea,
Ninho tecido aos sóis qual fúlgida escumilha,
Onde a vida pompeia excelsa maravilha,
E afundar-se na sombra em lodacenta escória!

Ante o ser livre e belo – ave aos cimos da glória –
Recorda o corpo escravo ascorosa armadilha;
O berço – irmão do esquife – é a furna em que se humilha
Todo sonho ideal de ventura incorpórea.

Reencarnação, porém, é a Justiça Perfeita,
A Lei que esmonda, ampara, aprimora e endireita,
Por mais o coração inquira, chore ou trema!...

Alma, entre a lama e a dor da luta em que te abrasas,
Crias teu próprio mundo e as tuas próprias asas
Para galgar, um dia, a vastidão suprema!...


Constâncio Alves

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

segunda-feira, setembro 25, 2006

POEMA DE GRATIDÃO



















Lembra-me, Mãe querida, a glória que me deste,
A alegria do lar no lençol de cravinas,
A mesa, o livro, o pão e as canções cristalinas,
As preces de ninar, no humilde berço agreste.

Ao perder-te, no mundo, o carinho celeste,
Vendo-te as mãos em cruz, quais flores pequeninas,
Fui chorar-te, debalde, ao pé das casuarinas,
Buscando-te a presença entre a lousa e o cipreste!...

Entretanto, do Além, caminhavas comigo,
Vinhas, a cada passo, anjo piedoso e amigo,
Guardar-me o coração na fé radiante e calma;

E, quando a morte veio expor-me à noite escura,
Solucei de alegria, em preces de ternura,
Revendo-te na luz, conduzindo minha'alma!...


Abílio Barreto

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

sexta-feira, setembro 22, 2006

CONVERSA EM CASA










O suor da paciência
Encontra a luz por remate.
Não há provação difícil,
O medo é que nos abate.
*
Conserva-te nobre e simples
Para que o bem não se torça.
Muita vez, a ingenuidade
É grande sinal de força.
*
Venceste? Trabalha sempre,
Sem detenção no passado.
O herói que vive da fama
É um vivo-morto enfeitado.
*
No que tange a confidências,
Fala a Deus em tua prece.
Quem melhor guarda um segredo
É aquele que o desconhece.
*
Cultiva a recta intenção
Na tua própria defesa.
Mesmo vítima do engano,
Sinceridade é grandeza.
*
Onde tens o coração
Reténs o próprio tesouro.
O dinheiro que escraviza
É dura algema de ouro.
*
Compra, guarda e ajunta livros,
Mas estuda, dia a dia.
Mostrar a biblioteca,
Não mostra sabedoria.
*
Perdoa e ajuda amparando
Como as terras generosas,
Que dão, em troco de estrume,
Pão e bênção, vida e rosas.

Casimiro Cunha

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

quinta-feira, setembro 21, 2006

LIBERDADE













Para ser livre da mundana escória,
E alcançar a amplidão rútila, e bela,
Vence os rijos furores da procela
Que te freme na carne transitória.

Despe os adornos da ilusão corpórea
E abraça a estranha e rígida tutela
Da aflição que te humilha e te flagela,
Por teu caminho de esperança e glória.

Agrilhoado à cruz do próprio sonho,
Vara as trevas do báratro medonho,
Nos supremos martírios da ansiedade!...

E, ave distante dos terrestres limos,
Celebrarás na pompa de Áureos Cimos,
A conquista da Eterna Liberdade.

Cruz e Souza

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

quarta-feira, setembro 20, 2006

O POÇO E A ROSEIRA


















O poço retratava a roseira tristonha
E pensava consigo: «Ah! terríveis chavelhas!
Espinheiro infernal, quanta maldade espelhas!...
Lâminas e punhais, infortúnios e vergonha...»

A roseira, porém, como quem serve e sonha,
Expandiu-se e lançou lindas jóias vermelhas,
Astro verde a luzir em formosas centelhas,
E o poço, a condenar, fêz-se charco e peçonha!...

A cisterna infeliz, no desvão da chapada,
Apodreceu, por fim, preguiçosa e estagnada,
Mas a planta floriu ao sol do Grande Todo.

Alma, edifica e segue, abençoa e auxilia...
Mal que procura o bem faz-se bem, dia-a-dia,
Mal que fica no mal faz-se tóxico e lodo.

António Félix

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

quinta-feira, setembro 14, 2006

O LIVRO DIVINO

Gemia a Terra humilhada,
A noite do cativeiro
Dominava o mundo inteiro
Sob o carro da opressão;
Com mandíbulas vorazes
De loba que se subleva,
Roma, encharcada de treva,
Estendia a escravidão.

Entre as águias poderosas,
Jazia Atenas vencida,
Carpia Cartago a vida
Ligada a grilhão cruel.
Na Capadócia, na Trácia,
Na Mauritânia e no Egipto,
O povo chorava aflito,
Tragando cicuta e fel.

O frio invadira os templos,
Não mais Eros de olhar brando,
Nem bela Afrodite amando,
Nem Apolo encantador;
O Olimpo dormira em sombra,
Cessara a graça de Elêusis,
Não surgiam outros deuses,
Que não fossem do terror.

Mas quando o mal atingira
O apogeu da indiferença,
Disse Deus na altura imensa:
«Faça-se agora mais luz!»
E um livro desceu brilhando,
Para a História envilecida:
Era o Evangelho da Vida,
Sob as lições de Jesus.

Tremeram dourados sólios,
O orgulho caiu de rastros;
Arcanjos vinham dos astros
Em cânticos de louvor.
Mas ao invés da vingança,
Contra o ódio, contra a guerra,
O Livro pedia à Terra:
Bondade, Perdão e Amor...

Começara o novo Reino...
Horizontes infinitos
Descerraram-se aos aflitos,
Perdidos nos escarcéus;
Os fracos e os desditosos,
Os tristes e os deserdados,
Contemplaram, deslumbrados
Novos mundos, novos céus.

Desde então a Humanidade
Trabalha, cresce, porfia,
Ao clarão do novo dia,
Por escalar outros sóis;
E a mensagem continua,
Em sublimes resplendores,
Formando Renovadores,
Artistas, Santos e Heróis.

Espíritas, companheiros
Da grande Luz Restaurada,
Tracemos a nossa estrada,
Na glória, do amor cristão;
E servindo alegremente
Na luta, na dor, na prova,
Busquemos na Boa-Nova
O Livro da Redenção.

Castro Alves

In POETAS REDIVIVOS (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

segunda-feira, setembro 04, 2006

TRABALHO










(Foto: Eléctrico, cidade de Lisboa-Portugal)

TRABALHO

Trabalho – a santa oficina
De que a vida se engalana –
É a glória da luta humana
De que a Terra se ilumina.

Escola, templo, doutrina
De que a alegria promana,
Serviço é força que irmana,
Cria, eleva, disciplina.

Preguiça imita a gangrena,
Estraga, arrasa, envenena
Onde vazia se enfuna.

Quem vive só de poltrona
Não melhora, nem se abona
E à morte se mancomuna.

Alfredo Nora

In: “POETAS REDIVIVOS” (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

quarta-feira, agosto 30, 2006

CONFIA E CAMINHA

A existência na Terra é comparável a uma viagem de aperfeiçoamento, na qual necessitas seguir adiante, ao lado de nossos companheiros de jornada evolutiva.

Muitos desconhecem-te, no entanto, Deus sabe quem és.

Muitos menosprezam-te, contudo, Deus não te abandona.

Muitos hostilizam-te, mas Deus apoia-te.

Muitos reprovam-te, em circunstâncias difíceis, no entanto, Deus abençoa-te.

Muitos afastam-se da tua presença, todavia, Deus permanece contigo.

À vista de semelhante realidade, sempre que tropeços e provações te apareçam, não te acomodes, à beira da estrada, em recanto algum da inércia.

Confia em Deus e caminha.

(De “Luz e vida”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel).

terça-feira, agosto 29, 2006

ESVAZIE-SE

Esvazie-se!

Quem quiser preencher-se, que se esvazie de si mesmo.
Por mais estranho que possa parecer este recado,
Ele carrega em si mesmo a sabedoria dos tempos,
Pois não há nada de novo debaixo do sol,
O que foi e o que será,
São reflexos de todos os tempos vividos.

Esvazie-se dos conceitos e principalmente,
Livre-se dos preconceitos, que são vícios da alma,
Livre-se das mágoas, que são chagas virulentas,
Livre-se dos desapontamentos, que são frutos do orgulho ferido,
Livre-se dos bajuladores, normalmente não são amigos,
Livre-se das despesas desnecessárias, não se endivide,
Livre-se das frases feitas, elas impedem-nos de pensar,
Livre-se das amarras que lhe colocaram, elas prendem-nos ao velho cais,
Livre-se dos pensamentos ruins, sejam eles quais forem,
Livre-se da pretensão, lembre-se, o maior sábio afirmou:
"Eu só sei que nada sei",
O maior Mestre foi o mais humilde, e ensinou:
"Bem aventurados os humildes, porque herdarão o reino dos céus".

Então, se a sua vida lembra um fardo pesado,
Se a sua mala está pesada, abandone-a na velha estação,
Deixe-a lá, sem pena, sem ressentimentos,
Siga livre, prepare-se para viver novos amores,
Novas oportunidades, abrir portas que pareciam travadas,
Pois só podem seguir adiante os que deixam o passado,
Os que se esvaziam de si mesmos e se apresentam para a vida,
Que nos convoca todos os dias para sermos melhores em tudo,
Porque temos o poder de reconstruir a própria vida,
Quando realmente decidimos viver sem medo de ser feliz.

Esvazie-se!

Deixe a vida fluir nas suas veias, não se esconda,
Valorize-se, faça-se mais belo(a) hoje,
Como se fosse dia de festa,
Vista seu melhor sorriso e prepare-se:
A vida vai-te tirar para dançar...

Paulo Roberto Gaefke

***
Frase do dia:
Amo a liberdade, por isso...
Deixo as coisas que amo livres...
Se elas voltarem é porque as conquistei...
Se não voltarem é porque nunca as possuí!

sexta-feira, agosto 25, 2006

LIBERTO, ENFIM...














Outrora, à frente de conquistadores,
Num trono de fantásticas riquezas,
Despojando cidades indefesas,
Comandei o cortejo de esplendores!

Depois... infernos atormentadores,
Braseiros vivos, maldições acesas,
Ligado à angústia de milhões de presas,
Apunhalado o peito por mil dores...

Depois ainda... um reino de feridas.
Um sólio de aflições desconhecidas
E um ceptro de degredo e solidão...

Mas, em seguida à lepra que devora,
Deslumbrado, acordei na Eterna Aurora,
De alma liberta para a redenção.

Jésus Gonçalves

In: “POETAS REDIVIVOS” (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

quinta-feira, agosto 24, 2006

AOS COMPANHEIROS...








Amados, que a verdade fortalece,
Dos portos luminosos que transponho,
Em nossa imensa luta os olhos ponho,
Na comunhão do amor envolta em prece.

O sofrimento é a luz que nos aquece,
Sinal de Deus que nos aclara o sonho
No porvir de alegria, almo e risonho,
De ventura que nunca desfalece.

Nas dores que laceram como adagas,
Não olvideis Jesus em sangue e chagas,
No seu trono de lágrimas doridas!...

Contemplando-lhe a cruz ingrata e escura,
Lavaremos no pranto da amargura
As trevas que trazemos de outras vidas...

Jésus Gonçalves

In: "POETAS REDIVIVOS" (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

domingo, agosto 20, 2006

COMEÇAR TUDO DE NOVO...

Não fale de Paz... Pratique!
Não fale de Música... Cante!
Não fale de flor... Plante!
Não fale de carinho... Dê!
Não fale de Deus... Creia!
Não fale de Fé... Sinta!
Não fale de Alegria... Espalhe!
Não fale de Vida... Viva!
Não fale de Amor... Ame!
Não fale de Você... Seja!
Fale a verdade claramente, jamais finja amizade e seja autêntico, sempre...
Viva intensamente cada minuto...
Quando pronunciar a palavra “presente“ que ela já esteja dentro de seu passado....
Perceba, o tempo está passando rápido demais!
Vamos começar neste instante a ser mais felizes... para que, um dia, talvez tenhamos orgulho de termos sido simplesmente... ““Nós““ em Família com todos os outros...
Por: ღ Ayslyn ღ

sábado, agosto 19, 2006

A GRANDEZA DA DOR

Para os terramotos a escala de Richter,
para os furacões, a escala de Saffir-Simpson,
para a força dos ventos, a escala Beaufort,
todas medem a grandeza do poder de estrago de cada força,
e para as nossas dores existem escalas?

Claro que não, a sua dor não tem tamanho,
não sai nas revistas, porque não dá para imprimir,
nem no seu blog dá para exprimir,
nem pintando com as mais variadas tintas,
quem é que pode sentir o que você sente?

Por isso, não se demore na dor,
não estacione nos pensamentos que te afligem,
que te remetem ao momento onde ela nasceu,
revivendo a cada instante a mesma sensação,
a perda, a angústia, o desespero,
devem ser esquecidos, sob pena de reviver,
a mesma dor diversas vezes, e se já foi difícil passar por ela uma vez,
imagine conviver com ela em flashback diariamente?

Derrame as lágrimas necessárias, desabafe mesmo,
a dor represada forma um rio com águas paradas,
e água parada apodrece, fede e cria bichos,
mas depois do desabafo, do choro, do viver o luto,
enterre o passado, deixe as águas correrem livres,
porque o rio sempre busca o mar,
e nós sempre deveremos buscar a felicidade,
num eterno ir e vir, começar e recomeçar,
não deixando a dor nos parar,
porque somos feitos na exacta medida do amorque desejamos viver.

Eu acredito em si
Paulo Roberto Gaefke

quarta-feira, agosto 16, 2006

CONVITE DIVINO


















Eis o novo dia, eis o convite especial,
Escrito em letras douradas pelo Sol,
Banhado em energias que vêm do mar,
Forte como o vento que vem das montanhas,
Musical como o canto de pássaros raros.

Eis o convite, ele é seu, personalizado,

Tem o seu nome bem gravado,
Para despertar em si uma esperança,
"Sejam novos todos os seus dias,
E que veja flores em tudo",
Que faça parte da vida,
Que não apenas assista,
Mas participe.

Participar da vida é ser co-autor,

É estender as mãos para os mais necessitados,
É preservar a natureza com atitudes possíveis,
É trabalhar com dedicação, é ser solidário,
Levar certezas, onde existir a dúvida,
Mostrar a sua determinação mesmo diante da maior dor,
Seguir sempre adiante.

Em tudo coloque um sorriso, uma palavra amiga,

Comece o dia com uma prece ao levantar-se,
E que o seu dia seja feito de boas acções,
Que em tudo lembre a disposição em viver,
A alegria de merecer este convite especial,
Que Deus faz para os que merecem esta confiança.
É em si, que acordou para este dia,
Que Deus deposita a sua esperança.
Aceite este convite:
Venha viver!

Eu acredito em si.
Paulo Roberto Gaefke

PENA DE MORTE

Cristãos de todas as interpretações do Evangelho e de todos os quadrantes do mundo, atentos à exemplificação do Eterno Benfeitor, apartai o criminoso do crime, como aprendestes a separar o enfermo da enfermidade!... - Emmanuel

Todos os fundadores das grandes instituições religiosas, que ainda hoje influenciam activamente a comunidade humana, partiram da Terra com a segurança do trabalhador ao fim do dia.


Moisés, ancião, expira na eminência do Nebo, contemplando a Canaã prometida. Sidarta, o iluminado construtor do Budismo, depois de abençoada peregrinação entre os homens, abandona o corpo físico, num horto florido de Kuçinagara.

Confúcio, o sábio que plasmou todo um sistema de princípios morais para a vida chinesa, encontra a morte num leito pacífico, sob a vigilância de um neto afectuoso.

E, mais tarde, Maomé, o criador do Islamismo, que consentiu em ser adorado pelos discípulos, na categoria de imortal, sucumbe em Medina, dentro de sólida madureza, atacado pela febre maligna.

Com Jesus, entretanto, a despedida é diferente.

O divino fundador do Cristianismo, que define a Religião Universal do Amor e da Sabedoria, em plena vitalidade juvenil, é detido pela perseguição gratuita e trancafiado no cárcere.

Ninguém examina os Seus antecedentes, nem Lhe promove recursos à defensiva.

Negado pelos melhores amigos, encontra-se sozinho, entre juízes astuciosos, qual ovelha esquecida no meio de chacais.

Aliam-se ao egoísmo e à crueldade para O sentenciar ao sacrifício supremo.

Herodes, patrono da ordem pública, chamado a pronunciar-se no seu caso, determina que se lhe dê o tratamento cabível aos histriões.

Pilatos, responsável pela justiça, abstém-se de Lhe conferir o direito natural.

E, entregue à multidão amotinada na cegueira de espírito, é preferido a Barrabás, o malfeitor, para sofrer a condenação insólita.

Decerto, para nos induzir à compaixão, aceitou Jesus padecer em silêncio os erros da justiça terrestre, alinhando-se, na cruz, entre os injuriados e as vítimas sem razão, de todos os tempos da Humanidade.

Cristãos de todas as interpretações do Evangelho e de todos os quadrantes do mundo, atentos à exemplificação do Eterno Benfeitor, apartai o criminoso do crime, como aprendestes a separar o enfermo da enfermidade!


Educai o irmão transviado, quanto curais o companheiro doente!

Desterrai, em definitivo, a espada e o cutelo, o garrote e a forca, a guilhotina e o fuzil, a cadeira eléctrica e a câmara de gás dos quadros de vossa penologia, e oremos, todos juntos, suplicando a Deus que nos inspire paciência e misericórdia, uns para com os outros, porque, ainda hoje, em todos os nossos julgamentos, será possível ouvir, no ádito da consciência, o aviso celestial do nosso Divino Mestre, condenado à morte sem culpa:

- «Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra!»

EMMANUEL

Do livro "Religião dos Espíritos, 50, F. C. Xavier, FEB
Reunião pública de 10/7/59
Questão nº 760

terça-feira, agosto 15, 2006

BENDITO SEJAS!

Bendito Sejas

Bendito sejas, coração amigo,
Pelo pão que dás, à porta,
Ao companheiro que se desconforta,
Na aflição da penúria sem abrigo!...

Deus te faça feliz pela roupa que ofertas
Aos torturados do caminho,
Que tanta vez se vão no desalinho
Das feridas que trazem descobertas...

Deus te conceda o prémio da ventura
Pela ternura sorridente
Com que levas ao doente
O amparo do remédio e a esperança da cura.

Deus te guarde na fonte da alegria,
Para lenir, no esforço a que te dês,
A orfandade e a viuvez
Que vivem para a dor de cada dia.

Deus, porém, te abençoe, coração brando e pasmo,
Com a mais sublime recompensa,
Quando olvidas a intromissão da ofensa,
O golpe da injustiça e a pedra do sarcasmo.

Deus te exalte no santo esquecimento
Do mal que te golpeia,
Reduzindo a extensão da chaga alheia
Sem cogitar do próprio sofrimento.

Bendito sejas, coração submisso,
Embora sábio entre os mais sábios,
Pela palavra boa de teus lábios,
No exemplo da bondade e do serviço,
Porque o amor transforma a sombra em luz
E o perdão, onde ampare, nunca erra,
Auxiliando a vida em toda a Terra
Para o Reino Divino de Jesus.

Maria Dolores

In:”POETAS REDIVIVOS” (Francisco Cândido Xavier/Diversos Espíritos)

sexta-feira, agosto 11, 2006

GUERRA SANTA

- GUERRA SANTA -

"Se há alguma batalha a ser travada, é a que decorre no teu coração. Mesmo assim, é uma batalha de Amor, não em nome de Deus, mas com Deus no nome!"

Senhor Sananda (Jesus)

quarta-feira, agosto 09, 2006

HINO DE FÉ


















Almas tristes da Terra, almas cansadas
No casulo da sombra merencória,
Que sonhais a Beleza, o Amor e a Glória
De sublimes esferas estreladas...

Almas que padeceis acorrentadas
Aos tormentos da carne transitória,
Falenas presas à sinistra escória
Das aflições de todas as estradas!...

Aves de luz no lodo miserando,
Desatai vossas lágrimas cantando,
Sob as rudes algemas da ansiedade!

Louvai a angústia que vos dilacera,
Que a santa liberdade vos espera
Nas azuis amplidões da Imensidade...


Cruz e Souza

In: “POETAS REDIVIVOS” (Francisco Cândido Xavier/Cruz e Souza)

***

Merencória = Melancólico
Falenas = Borboletas nocivas à agricultura e Floresta

AS COLHERES DE CABO COMPRIDO

Conta uma lenda que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno.

Foram primeiro ao inferno.

Ao abrirem uma porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de substanciosa sopa e à sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas.

Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito comprido, que lhes possibilitava alcançarem o caldeirão, mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca. O sofrimento era grande.

Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu. Entraram numa sala idêntica à primeira vista: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido. A diferença é que estavam saciados. Não havia fome, nem sofrimento.

"Não compreendo", disse o homem a Deus. "Por que é que aqui as pessoas estão felizes enquanto que na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?"

Deus sorriu e respondeu:

"Não percebeu? É que, aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros."



Grupo Espírita Luz e Amor.

Av. Beberibe, 281 - Encruzilhada – Recife - PE

***
Recebido de Hannah

terça-feira, agosto 08, 2006

SALVE-SE!

É preciso muita coragem para virar o dedo que aponta falhas nos outros, na nossa própria direcção.

É mais difícil ainda, assumir os erros e não se conformar com as situações, usando a velha desculpa:

"Eu sou assim mesmo"...


Ninguém está neste planeta como turista em gozo férias, e, as responsabilidades pelos nossos actos, ser-nos-ão cobradas a todo instante, por isso:

- Se a sua casa está a desmoronar-se, salve-se,
- Se a sua alimentação está a matá-lo, controle-se,
- Se a raiva está a sufocá-lo, respire fundo,
- Se ninguém o entende, resolva-se,
- Se o amor acabou, termine-o,
- Se não há mais respeito, respeite-se,
- Se o vício está a dominá-lo, peça ajuda,
- Se os amigos sumiram, consulte o seu hálito,
- Se as estrelas andam apagadas, consulte um oculista,
- Se a comida anda sem gosto, coma apenas quando tiver fome,
- Se o barco está a afundar-se, procure o seu colete salva-vidas.

O recado é bem claro, é preciso que viva e viva bem. Não adianta ficar a martirizar-se com aquela pessoa que o não respeita, porque se ela não se respeita, não tem como lhe dar o respeito. No trabalho, é preciso muito mais que o simples desejo de receber o salário, é preciso dedicação.

A palavra-chave é essa: respeite-se!

Não engula sapos maiores que aqueles que a sua garganta suporta. Se precisar falar baixo, óptimo, fale baixo, mas se for para gritar, abra bem a boca e solte o verbo, mas não fique no canto dos humilhados a fazer-se de vítima, porque aqui ninguém é inocente, todos temos uma parcela de culpa, até mesmo quando nos enganam, permitimos a traição, o engano, o erro.

Por quê?

Porque falta-nos respeito próprio, falta-nos coragem para dizermos não quando é de dizer não.

Pergunto:

- Está à espera de quê, para fazer o que é preciso fazer?

Hoje é o dia de decisão.


Eu acredito em si.

Obrigado!

Paulo Roberto Gaefke

domingo, agosto 06, 2006

O PODER DA ESCOLHA COLECTIVA

Muito se fala sobre a força das orações e dos mantras, mas não se explica como tudo isso funciona. Individualmente, quando agimos ou pensamos, estamos escolhendo uma das infinitas possibilidades que se estendem à nossa frente. São como caminhos a seguir, de acordo com o nosso pensamento e sintonia. Tudo já está lá. Como se você escrevesse um roteiro e ele lhe fosse sendo apresentado, imediatamente. Do mesmo jeito, os pensamentos e acções colectivas seguem os mesmos princípios.

Agora entendem como os templos religiosos, abarrotados de gente, ajudam as pessoas a fazerem suas escolhas. Imaginem centenas de pessoas com intensa emoção nas suas vozes, clamando por prosperidade, saúde, etc. Até quem não está muito convicto do que está a fazer, acaba entrando na onda. É pura física quântica. Existem inúmeras possibilidades de acontecimentos quanto ao futuro do planeta Terra.

Uma delas é a da catástrofe. Se ficarmos pensando (plasmando) que nós vamos viver toda sorte de acontecimentos cataclísmicos, assim acontecerá. Este é o “roteiro” que estamos a escrever para que se aproxime de nossa realidade como seres humanos. Os acontecimentos já estão lá, na linha do tempo que é linear. Não existe passado e nem futuro. O tempo é ilusão. Nós somos o tráfego dessa linha temporal.

Quem não viu o filme “De Volta para o Futuro I e II”? O sujeito agia (deslocando-se entre dimensões) de forma a alterar o passado e o futuro. A reprogramação de matrizes de nascimento, nada mais é do que recolocar você em outra linha do tempo. Reedita o seu passado para mudar o seu presente e, consequentemente, o seu futuro.

Mas, como fazer para interferir, efectivamente, nos rumos do planeta? Basta pensar, diariamente, num horário definido (18 horas é uma boa hora) que o planeta está em paz, livre, feliz, saudável, etc. Imaginemos o planeta Terra como uma extensão de nós (e ele o é), curando-se de todos os males. A frase “Na casa do Pai há muitas moradas” explica bem isso. Vivemos várias dimensões e cada uma delas nada mais é do que uma dessas possibilidades. Duas Terras já convivem connosco. Uma árida e destruída e outra o paraíso como o concebemos: natureza bela, convivência pacífica entre os povos, longevidade, saúde, prosperidade, etc.

E é aí que também entram as profecias. Muitas com sinais de destruição e outras com sinais de esperança. Qual delas estaria certa? Eu diria: as duas. Estas duas Terras já estão prontas, devemos escolher em qual delas queremos viver. Essa é a separação entre o joio e o trigo. Estamos em pleno livre-arbítrio.

Colectivamente podemos mudar a nossa história. Já foi provado isso quando um grupo de voluntários decidiu orar e meditar durante um tempo em Washington, cidade considerada de maior índice de criminalidade dos EUA. Conseguiram reduzir, e muito, os crimes locais.

O pensamento é o sistema condutor que direcciona a nossa emoção. Mas apenas o pensamento não cria vida. O que infunde vida ao pensamento é o amor, a alegria, o entusiasmo, a gratidão. Pensar apenas não funciona. Tem que se emocionar. É na emoção que encontramos o selo para enviar a carta. Curamos os nossos males mudando as emoções por eles catalogados.

Os amigos invisíveis sempre me ensinaram que quando começamos a rir de nossas limitações e dificuldades é porque já estamos curados. É o dom da emoção que dá força à possibilidade do nosso desejo. Se desejarmos algo e não acreditarmos que este desejo possa ser realizado, ele não terá a força da emoção. É como uma pessoa em depressão que não consegue reverter a situação de desânimo. Nada pode mudar se ela não tem a emoção.

Emocionar-se é gerar um sentimento. Medo e amor são geradores de sentimentos. Um atrai as coisas ruins, aquelas que mais tememos; e o outro, as boas. Por isso que tudo que tememos vem até nós. O amor impulsiona a criação de coisas boas que, na verdade, nem precisam ser criadas, pois elas já estão ali, lembram? É como entrar num supermercado e ir directo a uma estante de um determinado produto. Só porque não vamos comprar outras coisas não quer dizer que não estejam ali. Basta focalizá-las.

Podemos fazer isso o tempo todo, individual ou colectivamente. Disciplinemos o nosso pensamento “emocionado”. Vamos desejar com emoção que o planeta Terra seja feliz e que haja paz, principalmente nas actuais áreas de conflitos (Israel e Líbano). Às 18 horas juntemos os nossos desejos através da oração, da meditação e mudemos o nosso futuro, o curso da nossa história. Os amigos espirituais estão o tempo todo a dizer-nos para fazermos isso. Façamos, então. Vamos assumir a responsabilidade de zelar, com amor, dessa mãe Terra que generosamente nos alimenta. Vamos cuidar do planeta que nos recebeu para que pudéssemos cumprir as nossas respectivas caminhadas.

Oremos com emoção pelo menos durante 10 minutos diários, sempre no mesmo horário, pois a força do desejo colectivo fará com que haja futuro para os nossos descendentes. Mas não basta só orar. Precisamos ser coerentes e fazer a nossa parte: não jogar lixo onde não deve; tratar a natureza com respeito (animais, vegetais e minerais); ser cordial e delicado com as pessoas; respeitar as leis de convivência (não faça com os outros o que não gostaria que fizessem consigo); exercer a liberdade não invadindo a dos outros... e outras coisas que podemos fazer tão essenciais ao bom convívio humano.


Vera Ghimel
***
Que todos façam o que aqui se pede!

terça-feira, agosto 01, 2006

CANTIGA DA ESPERANÇA

Foto: Maria Dolores

Alma querida,
Por mais que o mundo te atormente
A fé simples e boa,
Por mais que te lance gelo na alma crente,
Na sombra que atraiçoa,
Alma sincera,
Escuta!...
Sofre, tolera, aprende, aperfeiçoa,
Porque, de esfera a esfera,
Ninguém consegue a palma da vitória,
Sem apoio na luta.

Espera, que a esperança é a luz do mundo –
Oculta maravilha –
Que, em toda a parte, se revela e brilha
Para a glória do amor.
A noite espera o dia, a flor o fruto,
O espinho a rosa, o mármore o buril,
O próprio solo bruto
Espera o lavrador
Armado de atenção, arado e zelo...
O verme espera o sol para aquecê-lo.

A fonte amiga que se desentranha
Do coração de pedra da montanha,
Enquanto serve, passa e se incorpora
Aos encargos do rio que a devora,
E espera descansar,
Quando chegue escondida
A paz da grande vida
Que há no seio do mar.

Seja o que for
Que venhas a sofrer,
Abraça o lema regenerador
Do perdão por dever.

Leva pacientemente o fardo que te leva,
Entre o rugir do vento e o praguejar da treva...
Abençoa no caminho
Os açoites da angústia em torvo redemoinho;
Onde não possas, coração,
Entretecer a alegria de louvar,
Cala-te em oração
E segue sem parar,
Amando, restaurando, redimindo...

Edificando, em suma,
Não te revoltes contra coisa alguma!...
Ao vir a tarde mansa,
Na doce quietação crepuscular,
Quando a graça do corpo tomba e finda,
Verás como foi alta, nobre e linda
A ventura de esperar.

E, enquanto a noite avança
Para dar-te as visões de uma alvorada nova,
Nas asas da esperança,
Bendirás a amargura, a dor e a prova,
Agradecendo à Terra a bênção de entendê-las.
Subirás, subirás
Para o ninho da luz nas estâncias da paz,
Que te aguarda, tecido em radiações de estrelas!...

Então, compreenderás
Que, além do mais Além –
No Coração da Altura –
Deus trabalha, Deus sonha, Deus procura,
Deus espera também!...

MARIA DOLORES

IN: “POETAS REDIVIVOS” (Médium: Francisco Cândido Xavier / Espírito: Maria Dolores)

segunda-feira, julho 31, 2006

ONDE ESTIVERES...

Foto: Auta de Souza

Enquanto o dia canta, enquanto o dia
Esperanças e flores te revela,
Segue na estrada primorosa e bela
Da bondade que atende, ampara e cria.

Não desprezes o tempo que te espia
Por santa e infatigável sentinela...
E, alma do amor que se desencastela,
Perdoa, alenta e crê, serve e confia.

Lembra-te, enquanto é cedo! Tudo, tudo
O tempo extingue generoso e mudo,
Menos o Eterno Bem que, excelso, arde...

E onde estiveres, torturado embora,
Faz do bem a luz de cada hora,
Antes que a dor te ajude, triste e tarde!


***
In: “POETAS REDIVIVOS” (Francisco Cândido Xavier/Auta de Souza)

sábado, julho 29, 2006

RECEITA:

INGREDIENTES:

FAMÍLIA: É aqui que tudo começa!

AMIGOS: Nunca deixe faltar!

RAIVA: Se acontecer que seja pouca!

DESESPERO: Para quê!?

PACIÊNCIA: O máximo possível!

LÁGRIMAS: Enxugue todas!

SORRISOS: Os mais variados!

PAZ: Em grande quantidade!

PERDÃO: À vontade!

ESPERANÇA: Não perca jamais!

CORAÇÃO: Quanto maior melhor!

AMOR: Pode abusar!

CARINHO: Essencial!


MODO DE PREPARAR:
Reúna a sua FAMÍLIA e os seus AMIGOS.
Esqueça os momentos de RAIVA e DESESPERO.
Use toda a sua PACIÊNCIA.
Substitua as suas LÁGRIMAS pelos seus SORRISOS.
Junte a PAZ e o PERDÃO, e, depois, ofereça a todos, nomeadamente aos seus desafectos.
Deixe a ESPERANÇA crescer no seu CORAÇÃO.

Viva sempre com muito AMOR e CARINHO.

Rendimento: Uma vida maravilhosa e UM OPTIMO DIA!!!

quarta-feira, julho 26, 2006

O ESPÍRITO DA MALDADE

O Espírito da Maldade, que promove aflições para muita gente, vendo, em determinada manhã, um ninho de pássaros felizes, projectou destruir as pobres aves.

A mãezinha alada, muito contente, acariciava os filhinhos, enquanto o papai voava, à procura de alimento.

O Espírito da Maldade notou aquela imensa alegria e exasperou-se. Mataria todos os passarinhos, pensou consigo. Para isto, no entanto, necessitava de alguém que o auxiliasse.

Aquela acção exigia mãos humanas. Começou, então, a buscar a companhia das crianças. Quem sabe algum menino poderia obedecer-lhe?

Foi a casa de Joãozinho, filho de Dona Laura, mas Joãozinho estava muito ocupado na assistência ao irmão menor, e, como o Espírito da Maldade só pode arruinar as pessoas insinuando-se pelo pensamento, não encontrou meios de dominar a cabeça de João.

Correu à residência de Zelinha, filha de Dona Carlota. Encontrou a menina trabalhando, muito atenciosa, numa blusa de tricô, sob a orientação materna, e, em vista de lhe achar o cérebro tão cheio das ideias de agulha, fios de lã e peça por acabar, não conseguiu transmitir-lhe o propósito infeliz.

Dirigiu-se, então, à chácara do senhor Vitalino, observando se o Quincas, filho dele, estava em condições de o servir. Mas Quincas, justamente nessa hora, mantinha-se, obediente, sob as ordens do papai, plantando várias mudas de laranjeiras e tão alegre se encontrava, a meditar na bondade da chuva e nas laranjas do futuro, que nem de leve percebeu as ideias venenosas que o Espírito da Maldade lhe soprava na cabeça.

Reconhecendo a impossibilidade de o absorver, o génio do mal lembrou-se de Marquinhos, o filho de Dona Conceição. Marquinhos era muito mimado pela mãe, que não o deixava trabalhar, protegendo-lhe a vadiagem. Tinha doze anos bem feitos e vivia de casa em casa a reinar na preguiça. O Espírito da Maldade procurou-o e encontrou-o, à porta de um botequim, com enorme cigarro à boca. As suas mãos estavam desocupadas e a cabeça vaga.

– “Vamos matar passarinhos?” – Disse o espírito horrível aos ouvidos do preguiçoso.

Marquinhos não escutou em forma de voz, mas ouviu em forma de ideia.

Saiu, de repente, com um desejo incontrolável de encontrar avezinhas para a matança.

O Espírito da Maldade, sem que ele o percebesse, conduziu-o, facilmente, até à árvore em que o ninho feliz recebia as carícias do vento. O menino, com pedradas criminosas, aniquilou pai, mãe e filhinhos. O génio sombrio tomara-lhe as mãos e, após o assassínio das aves, levou-o a cometer muitas faltas que lhe prejudicaram a vida, por muitos e muitos anos.

Somente mais tarde é que Marquinhos compreendeu que o Espírito da Maldade somente pode agir, no mundo, por intermédio de meninos vadios ou de homens e mulheres votados à preguiça e ao mal.

In: “ALVORADA CRISTÔ (Francisco Cândido Xavier/Neio Lúcio)

terça-feira, julho 25, 2006

O ENSINO DA SEMENTEIRA

Certo fazendeiro, muito rico, chamou o filho de quinze anos e disse-lhe:
– Meu filho, todo o homem colhe apenas do que plantar. Cuida de fazer bem a todos, para que sejas feliz.
O rapaz ouviu o conselho e, no dia imediato, muito carinhosamente alojou minúsculo cajueiro em local não distante da estrada que ligava o vilarejo próximo à propriedade paternal.
Decorrida uma semana, tendo recebido das mãos paternas um presente em dinheiro, foi à vila e protegeu pequena fonte natural, construindo-lhe conveniente abrigo com a cooperação de alguns poucos trabalhadores, aos quais recompensou generosamente.
Reparando que vários mendigos por ali passavam, ao relento, acumulou as dádivas que recebia dos familiares e, quando completou vinte anos, edificou reconfortante albergue para asilar viajantes sem recursos.
Logo após, a vida impôs-lhe amargurosas surpresas.
Sua Mãezinha morreu num desastre e o Pai, em virtude das perseguições de poderosos inimigos na luta comercial, empobreceu rapidamente, falecendo em seguida. Duas irmãs mais velhas casaram-se e tomaram diferentes rumos.
O rapaz, agora sozinho, embora jamais esquecesse os conselhos paternos, revoltou-se contra as ideias nobres e partiu mundo fora.
Trabalhou, ganhou enorme fortuna e gastou-a, gozando os prazeres inúteis.
Nunca mais cogitou de semear o bem.
Os anos desdobraram-se uns sobre os outros.
Entregue à idade madura, dera-se ao vício de jogar e beber.
Muita vez, o Espírito de seu pai aproximava-se, rogando-lhe cuidado e arrependimento. O filho registava-lhe os apelos em forma de pensamentos, mas negava-se a atender. Queria somente comer à vontade e beber nas casas ruidosas, até de madrugada.
Acontece, porém, que o equilíbrio do corpo tem limites e sua saúde alterou-se de maneira lamentável. Apareceram-lhe feridas por todo o corpo. Não podia alimentar-se regularmente. Perdeu a fortuna que possuía, através de viagens e tratamentos caros. Como não fizera afeições, foi relegado ao abandono. Branquearam-se-lhe os cabelos. Os amigos das noitadas alegres fugiram; envergonhado, ausentou-se da cidade a que se acolhera e transformou-se num mendigo.
Peregrinou por muitos lugares e por muitos climas, até que, um dia, sentiu imensas saudades do antigo lar e voltou ao pequeno burgo que o vira crescer.
Fez longa excursão a pé. Transcorridos muitos dias, chegou, extenuado, ao sítio de outro tempo.
O cajueiro que plantara convertera-se em árvore dadivosa. Encantado, viu-lhe os frutos tentadores. Aproveitou-os para matar a própria fome e seguiu para a vila. Tinha sede e buscou a fonte. A corrente cristalina, bem protegida, afagou-lhe a boca ressequida.
Ninguém o reconheceu, tão abatido estava.
Em breve, desceu a noite e sentiu frio. Dois homens caridosos ofereceram-lhe os braços e conduziram-no ao velho asilo que ele mesmo construíra. Quando entrou no recinto, derramou muitas lágrimas, porque seu nome estava gravado na parede com palavras de louvor e bênção.
Deitou-se, constrangido, e dormiu.
Em sonho, viu o Espírito do pai, junto dele, exclamando:
– Aprendeste a lição, meu filho? Sentiste fome e o cajueiro alimentou-te; tiveste sede e a fonte saciou-te; necessitavas de asilo e acolheste-te ao lar que edificaste em favor dos que passam com destino incerto...
Abraçando-o, com ternura, acrescentou:
– Porque deixaste de semear o bem?
O interpelado nada pôde responder. As lágrimas embargavam-lhe a voz, na garganta.
Acordou, muito tempo depois, com o rosto lavado em pranto, e, quando o encarregado do abrigo lhe perguntou o que desejava, informou simplesmente:
– Preciso tão-somente de uma enxada... Preciso recomeçar a ser útil, de qualquer modo.

In: “ALVORADA CRISTÔ (Francisco Cândido Xavier/Neio Lúcio)